O perito Cassiano Fachinello Bremm, superintendente regional da Polícia Científica em Florianópolis, apresentou na tarde de terça-feira (21), as informações da perícia feita pelo órgão no reservatório da Casan que rompeu no dia 6 de setembro, no bairro Monte Cristo, na Capital. Ele participou da reunião da comissão mista criada pela Assembleia Legislativa para analisar o acidente com o reservatório.
A perícia, concluída ainda em outubro, compõe o inquérito policial aberto para investigar o caso. Conforme Bremm, ela constatou que houve erros na execução do projeto durante a construção do reservatório.
De acordo com o perito, a análise teve como objetivo verificar a dinâmica do rompimento e os danos resultantes, a causa determinante do rompimento, a indicação da autoria para fins de responsabilização e a colaboração com demais forças policiais. Na conclusão, não foram constatados crimes ambientes, porém foram confirmados os danos materiais, inclusive ao patrimônio público.
A perícia, conforme Bremm, fez medições e analisou as diferenças entre o projeto elaborado para o reservatório e o que foi executado pela construtora. Para a Polícia Científica, não há falhas evidentes no projeto. “Não quer dizer que não haja falhas [no projeto], mas não há falhas grosseiras”, afirmou.
Para o perito, com base nas conclusões da Polícia Científica, houve falha clara de execução do projeto, especialmente na armadura de ligação dos pilares com as cortinas de concreto [paredes]”. Houve, ainda, falha na fiscalização, pois, conforme Bremm, o erro era facilmente identificado.
A falha que seria a principal causa do rompimento, conforme relatado pelo perito, estaria nos estribos, que teriam sido executados de forma errada, com diâmetro menor e espaçamento maior do que o previsto no projeto, e nas barras de negativo, que deveriam ser de 16 milímetros a cada 15 centímetros, mas não foram encontradas durante a perícia da Polícia Científica.
“A gente entende que essa combinação é a causa desse descolamento da parede”, afirmou.
Sobre a qualidade o concreto utilizado no reservatório, Bremm informou que o material analisado em laboratório apontou resultados não satisfatórios com relação à resistência, mas, para a perícia, mesmo com resistência mais baixa, a qualidade do concreto não seria a causadora do rompimento.
Participaram da reunião de terça o relator da comissão mista, deputado Mário Motta (PSD); o presidente da comissão, deputado Ivan Naatz (PL); além do vice-presidente Marquito (Psol) e do membro do grupo, deputado Lunelli (MDB). “É mais um caso de corrupção que a gente vê dentro do setor público”, concluiu Lunelli.