O número de brasileiros que utilizam regularmente dispositivos eletrônicos para fumar cresceu nos últimos anos. A pesquisa recente do Ipec, com dados de 2023, apontou que 2,9 milhões consomem os vapes no país. O número é cinco vezes maior do que o divulgado na pesquisa feita no ano anterior, quando 2,2 milhões de brasileiros afirmaram consumir os dispositivos.
O consumo cresce no Brasil mesmo em meio à proibição da Anvisa e preocupa especialistas, já que os dispositivos eletrônicos para fumar são proibidos no país desde 2009. A Agência está com uma consulta pública aberta até o próximo dia 9 de fevereiro, onde a população pode defender a regulamentação dos dispositivos para fumar, o que já é uma realidade em cerca de oitenta países.
Para o médico pneumologista Rodolfo Behrsin, o Brasil tem uma regulamentação, que é a proibição dos cigarros eletrônicos, que não funciona. “Isso leva a grandes problemas, pois temos quase 3 milhões de brasileiros que consomem esses dispositivos, que são produzidos sem nenhuma condição de fiscalização da autoridade sanitária brasileiro, ou seja, são produzidos sem critério nenhum de higiene ou de padronização desses dispositivos”, afirma.
Segundo Behrsin, essa produção sem regulamentação leva riscos à saúde da população, ao crime de contrabando e sonegação fiscal, além de expor a população à dispositivos produzidos de forma desconhecida.
O pneumologista ressalta que já foi constatado que o vapor dos cigarros eletrônicos, que são certificados por agências reguladoras importantes, é menos tóxico que a fumaça emitida pelo cigarro convencional em até 95%. “Tanto é que países que promovem a regulamentação estimulam as pessoas que não conseguem parar de fumar utilizem esses dispositivos, exemplo da Suécia. Casos de câncer, por exemplo, foram reduzidos em 40% em 10 anos”, salienta o profissional.
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