Cigarro eletrônico: consumo cresce 600% em seis anos, aponta Ipec

Consumo de cigarro eletrônico cresce 600% em seis anos, aponta Ipec
Foto: Imagem Ilustrativa/Freepik

Enquanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faz uma consulta pública sobre a proibição dos cigarros eletrônicos, uma pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) mostra que o consumo desses equipamentos continua crescendo no país. O aumento foi de 600% somente nos últimos seis anos.

O levantamento aponta que quase três milhões de adultos são usuários do cigarro eletrônico no Brasil. No topo da lista estão os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

A farmacêutica, ex-diretora da Anvisa e consultora da BAT Brasil, Alessandra Bastos, explica que uma resolução da entidade, desde 2009, proíbe a fabricação, comercialização, importação e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como vape. Porém, no cenário brasileiro, esse aumento de 600% no acesso desse produto levanta o questionamento: essa proibição valeu para quem?

“Quando comparamos a realidade do Brasil, que existe uma dita “proibição”, com países que há regulamentação, vemos uma situação muito diferente desta que assistimos no Brasil. Proibir é manter mais próximo do liberar do que do controlar. Quando assistimos uma consulta pública, onde a agência sugere a manutenção da proibição associada a algumas ações fiscalizatórias, nós questionamos: isso é válido, é efetivo?”, ressalta Alessandra.

Segundo ela, é isso que deve ser discutido, olhando para o tabagista, inclusive, de uma forma mais humana. “Ninguém aqui está fazendo apologia ao uso do cigarro convencional, nem do cigarro eletrônico. Certamente, o cigarro eletrônico é menos nocivo do que o convencional, e quem diz isso são pesquisas e autoridades mundo a fora”, destaca.

Nos países onde esse entendimento de redução de riscos e danos já é consolidado, o cigarro eletrônico foi implementado como uma ferramenta na saúde pública para a contenção de certos problemas.

Redução do tabagismo

“O tabagismo mata anualmente tanto quanto outras doenças, como a diabetes e cardiopatias, é uma doença que merece toda nossa atenção. Tabagismo é a dependência da nicotina, que é entregue via cigarro convencional. Chicletes e adesivos já se mostraram ineficientes, então os dados viáveis só puderam ser coletados em países onde houve regulamentação dos cigarros eletrônicos”, diz.

De acordo com a farmacêutica, o cigarro eletrônico é mais efetivo como alternativa para os fumantes, porque o hábito de fumar não está relacionado somente com o consumo da nicotina, está relacionado ao um “ritual”.

“Quantas pessoas têm esse hábito de dizer ‘preciso de um minuto para um cigarrinho’. Então para essas pessoas que desejam cessar o hábito, ou para pessoas que desejam continuar usando a nicotina, mas elas já entendem que há uma forma menos arriscada, é onde o cigarro eletrônico entra. É direito do consumidor, afinal o consumo de nicotina não é proibido. A pergunta que fica é: a quem interessa manter o cigarro eletrônico na ilegalidade?”, enfatiza.

Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã:




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