Tullo Cavallazzi Filho: “SC está atrasado no processo de implementação da SAF”

Tullo vê o Estado atrasado nesse processo de mudança para SAF         Foto: JP News

O advogado Tullo Cavallazzi Filho, durante entrevista no Debate da Pan, no primeiro dia do ano, trouxe avaliação importante sobre o futuro das SAF (Sociedades Anônimas de Futebol) no Brasil, destacando a relevância e os desafios dessa transformação para o futebol brasileiro. Entrevistado por Paulo Branchi e Carlos Alberto Ferreira, Cavallazzi disse que a lei que criou a SAF, aprovada há três anos, já começa a mostrar seus primeiros impactos, mas ainda está em uma fase de avaliação e discussão sobre sua efetividade e expansão.

Os principais pontos abordados na entrevista foram sobre o modelo de gestão profissional que está chegando aos clubes. A Lei da SAF já teve uma evolução muito grande e a primeira fase já passou. Salvou os clubes quebrados, disse Tullo. O investidor está vendo oportunidades para avançar. “Não sou a favor de o clube envolver seu patrimônio na SAF. O ajuste não é só o dinheiro, é uma responsabilidade maior”, disse.

A SAF é um modelo de gestão predominante no futebol mundial, mas ainda recente no Brasil, que busca profissionalizar a gestão dos clubes brasileiros, marcando uma nova era após a Lei Pelé. Embora o processo seja burocrático e extenso, é visto como essencial para a sustentabilidade financeira dos clubes.

No Brasil, disse Tullo Cavallazzi Filho, já existem 95 SAFs, principalmente nas Séries A e B do futebol. “Santa Catarina ainda está atrasado nesse processo, devido ao forte apego ao modelo associativo, considerado um período de raízes vinculadas a um período “romântico” da gestão esportiva”.

Hoje a SAF proporciona uma maior capacidade de atrair investimentos, algo que as associações tradicionais não conseguem proporcionar. Caminha para a solução de problemas financeiros crônicos, como dívidas acumuladas ao final das temporadas. É um incentivo à profissionalização, que pode diminuir o ciclo de “sobe e desce” de divisões, característico dos clubes menos estruturados.

Na conversa foram abordadas situações de clubes como Flamengo e Corinthians, que ainda resistem ao modelo de SAF, possivelmente por não sentirem necessidade, dada a solidez de suas estruturas financeiras. “No entanto, há o risco de que clubes grandes precisem repensar essa postura no futuro, para não ficarem para trás no cenário competitivo”, acrescentou. A profissionalização exige rapidez no debate e na implementação, para que os clubes brasileiros possam competir em igualdade com os modelos internacionais.

A entrevista reforça a ideia de que a SAF é mais do que uma alternativa: é uma necessidade para garantir a sustentabilidade e competitividade do futebol brasileiro no cenário global. O momento é de análise, mas também de ação, para que as oportunidades oferecidas por esse modelo não sejam desperdiçadas.

Confira a entrevista: 




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