
Utilizado para tratar gastrite, refluxo e úlceras, o omeprazol é um dos medicamentos mais conhecidos do Brasil, e embora seja popularmente chamado de “protetor gástrico”, ele não deve ser usado de forma contínua ou sem prescrição. De acordo com a professora e gastroenterologista Renata Barth Almeida, o remédio não é um vilão, pelo contrário, é uma ferramenta importante, mas precisa ser tomado com responsabilidade.
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“O omeprazol é seguro, eficaz e tem um papel fundamental no tratamento de diversas doenças do aparelho digestivo. O problema está no uso excessivo, prolongado ou sem avaliação médica”, explica a especialista.
A médica diz que quando utilizado por muito tempo, o medicamento pode reduzir demais a acidez do estômago, o que compromete a digestão de proteínas e a absorção de nutrientes como ferro, cálcio e vitamina B12. “A acidez é uma barreira natural do nosso organismo. Sem ela, aumenta o risco de infecções e de desequilíbrios na flora intestinal”.
Segundo a médica, o uso prolongado também pode causar um supercrescimento bacteriano no intestino (SIBO), além de mascarar doenças graves. “Algumas pessoas se automedicam com omeprazol achando que estão se protegendo, mas podem acabar atrasando o diagnóstico de condições como úlceras, gastrite atrófica ou até câncer gástrico”, alerta.
Outro cuidado essencial está na hora de interromper o medicamento. “Se a pessoa parar de uma vez só após muito tempo de uso, pode ter o chamado ‘efeito rebote’, com um aumento temporário da acidez e retorno dos sintomas. Por isso, o ideal é que a suspensão seja feita de forma gradual, sempre com orientação médica”, explica.