A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) integrou o Grupo de Trabalho de Regulamentação Científica da Cannabis, que reuniu especialistas de 31 instituições acadêmicas e de pesquisa e resultou em uma Nota Técnica encaminhada ao Ministério da Saúde e à Anvisa. O documento propõe a criação de um marco regulatório abrangente para pesquisas com a planta, apontando entraves e apresentando soluções para acelerar os estudos no Brasil.
Clique aqui e receba as notícias do Tudo Aqui SC e da Jovem Pan News no seu WhatsApp
Os representantes da UFSC foram o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, professor Jacques Mick, e a diretora do Centro de Ciências Agrárias, professora Marlene Grade. A consulta envolveu 132 pesquisadores, que identificaram 481 problemas em sete áreas críticas. Entre os gargalos estão: burocracia nos processos de autorização, dependência da importação de insumos, restrições ao cultivo científico e ausência de protocolos para pesquisas veterinárias.
De acordo com Mick, um marco regulatório claro poderia transformar o Brasil em referência mundial.
“Nossa Universidade foi pioneira nos estudos canábicos no Brasil desde os anos 1980. Hoje desenvolvemos medicamentos, fibras e pesquisas de impacto ambiental. Muita riqueza e saúde podem advir desses estudos”, disse.
Na UFSC, os projetos incluem desde o uso medicinal da cannabis no tratamento de doenças até a exploração de fibras têxteis e bioinsumos agrícolas. A professora Marlene Grade destacou ainda o potencial de a planta auxiliar na recuperação do solo e beneficiar a agricultura familiar, especialmente com a produção do cânhamo.
O professor Erik Amazonas, do campus de Curitibanos, lembrou que a UFSC foi a primeira instituição de ensino superior do país a obter autorização judicial para cultivar e pesquisar a cannabis em todas as suas aplicações. Ele defende que o campus tem condições para se tornar um polo de referência nacional.
Segundo o levantamento, pesquisas estão sendo desenvolvidas em todas as regiões do Brasil, com predominância no Nordeste e Sudeste. Os especialistas reforçam que a regulamentação é uma oportunidade estratégica para o país, reduzindo a dependência tecnológica e criando uma cadeia produtiva inovadora.
Invalid license, for more info click here