
O TCE/SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) aprovou de forma unânime, nesta quarta-feira (3), a prorrogação por mais seis meses do acompanhamento do Plano de Aprendizagem de curto prazo desenvolvido pela Prefeitura de Florianópolis, em parceria com a entidade Todos pela Educação e o próprio Tribunal. A medida busca garantir a execução de estratégias para melhorar o desempenho dos alunos do ensino fundamental na Capital.
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Motivos da intervenção
O projeto faz parte do Programa de Apoio do Controle Externo à Gestão da Educação, que orienta gestores públicos a adotar práticas baseadas em evidências. Florianópolis foi escolhida como cidade piloto porque, apesar de altos investimentos por aluno — R$ 21,8 mil por estudante — apresenta resultados abaixo da média nacional.
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Matemática: apenas 43% dos alunos dos anos iniciais alcançam desempenho adequado; no 9º ano, o índice cai para 15%.
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Português: 59% de aproveitamento nos anos iniciais e só 32% nos finais.
Em rankings nacionais, a capital caiu da 4ª posição (2015) para a 11ª (2023) nos anos iniciais e da 5ª para a 15ª colocação nos anos finais.
Principais frentes de ação

O diagnóstico inicial do TCE/SC destacou seis prioridades:
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Ampliação da carga horária de aulas;
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Priorização do currículo;
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Uso pedagógico das avaliações;
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Acompanhamento contínuo dos alunos;
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Formação de professores e gestores;
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Garantia de frequência e permanência em sala.
Também foi ressaltada a necessidade de corrigir defasagens por idade, aplicar avaliações consistentes e fortalecer a governança escolar com participação da comunidade.
Avanços já observados
Em apenas quatro meses de execução, os resultados começam a aparecer, segundo dados da Avalia Floripa, aplicada em julho:
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2º ano: defasagem em matemática caiu de 23% para 7% e, em português, de 47% para 26%.
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5º ano: defasagem em matemática reduziu pela metade; em português, de 18% para 11%.
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9º ano: defasagem em matemática caiu de 82% para 37%; percentual de alunos com desempenho adequado subiu de 3% para 14%.
Esses avanços estão ligados a medidas como:
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aumento da carga horária de português e matemática de 4 para 6 aulas semanais;
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expansão da educação integral (já presente em 13 escolas do 2º ano);
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apoio pedagógico constante nas escolas;
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materiais próprios, como os livros “LEIA” (alfabetização) e “Educa Floripa” (9º ano).
Próximos passos
A meta da Prefeitura é reduzir em até 60% a defasagem geral de aprendizagem nos próximos três anos. Para o TCE/SC, os resultados iniciais comprovam a importância do trabalho conjunto entre gestão municipal, comunidade escolar e órgãos de controle externo.