Em 2023, 267 pessoas morreram por acidentes de trabalho em Santa Catarina conforme dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) do Ministério da Saúde. Além disso, foram 5.216 processos que envolveram acidentes ou doenças ocupacionais no Estado.
Setores com mais acidentes de trabalho
- Atividades de atendimento hospitalar;
- Fundição de ferro e aço;
- Abate de suínos, aves e outros pequenos animais;
- Transporte rodoviário de carga e comércio de mercadorias;
Mortes por regiões
As mortes por acidente de trabalho são mais frequentes na área hospitalar, principalmente, nas microrregionais de Florianópolis, Criciúma e Blumenau. Somados, foram registrados, no ano passado, um total de 13.822 acidentes de trabalho e 117 mortes.
Na macrorregião de Joinville, as notificações de doenças e agravos relacionados ao trabalho prevalecem no setor de fundição de ferro e aço. Todos os dados foram disponibilizados pelo Cerest (Centros de Referência em Saúde do Trabalhador).
O Cerest de Joinville divulgou que foram 3.089 notificações de doenças e agravos relacionadas ao trabalho. Sobre as mortes, foram 45 em 2023.
Na área de Lages, foram 2.149 notificações, com 25 mortes. Já no Planalto Norte, foram 735 doenças e acidentes, com oito mortes, principalmente no setor de madeira.
No Oeste e Meio-Oeste de SC, a atividade de abate de suínos, aves e outros pequenos animais, lidera os acidentes e mortes. Ao todo, foram 10.434 notificações com 72 mortes em 2023.
Processos
O número de processos que envolvem acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais cresceu 28% em 2023, se comparado a 2022. Conforme a Justiça do Trabalho do Estado, foram 5.216 ações distribuídas nas 31 jurisdições de Santa Catarina.
As jurisdições com mais ações judiciais sobre acidentes de trabalho foram Chapecó (14,83%), Xanxerê (12,97%) e São Miguel do Oeste (12,40%). O TRT explica que o Fórum de Chapecó se destaca, pois possui quatro varas trabalhistas.
Acidentes em frigoríficos e construção civil
Além disso, a região se destaca por conta do número significativo de acidentes de trabalho típicos do ramo da construção civil e de doenças ocupacionais em frigoríficos da região.
A magistrada Deisi Senna Oliveira, da 2ª VT, explica que o problema ocorre por conta das atividades que exigem vários movimentos por segundo.
De acordo com a juíza, há várias ações sendo feitas na região que poderiam impactar diretamente na redução deste índice. “Como, por exemplo, a instituição de pausas de descanso e a adequação do número de cadeiras para rodízio de serviço em pé e sentado”, explica a juíza.