Revitalização do centro histórico de Florianópolis começaria segunda; população divide opiniões

Discussão central é sobre a substituição do paralelepípedo por paver | Foto:  Zé Maia

As obras de revitalização do Centro Histórico de Florianópolis começariam nesta segunda-feira (03), e teriam como principal objetivo a substituição de parte dos paralelepípedos por paver, tipo de calçamento utilizado nas ruas ao redor do Parque da Luz. O Ministério Público de Santa Catarina conseguiu a suspensão da obra no Tribunal de Justiça, e alega faltar autorizações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e do Serviço de Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município (Sephan).

A Prefeitura de Florianópolis busca através da revitalização dar uma nova cara para esta área, que hoje possui prédios abandonados, como o antigo Procon e o colégio Antonieta de Barros, e reclamações por parte de empreendedores locais. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis (CDL), o projeto apresenta “ações que visam ao melhoramento urbano do Centro Histórico de Florianópolis”, e que o pedido de embargo “estende ainda mais o lamentável estado de abandono em que se encontra nada menos que o berço da nossa cidade”.

Os comerciantes e frequentadores do local tem opiniões diferentes quanto ao assunto. O casal Dulce e Francisco acredita que a melhor alternativa seria melhoramentos no paralelepípedo, em vez da troca. “Deixa como está e faz o passeio para os cadeirantes. Arruma, tira os buracos, repõe as pedras no lugar. Qual o problema de ter esse tipo de calçamento na rua?”, argumentou Dulce. “A cidade já está sendo muito prejudicada pela perda de seu patrimônio histórico. É necessário conservar essa área e adaptar para um melhor uso do cidadão”, completou Francisco.

Já Antônio Ribeiro, que é proprietário de um sebo na rua Victor Meireles com a Saldanha Marinho, acredita que não é a alteração do calçamento que vai melhorar o local, mas uma maior fiscalização por parte da Guarda Municipal. Segundo ele, a criminalidade é o principal fator que prejudica o comércio local. “Aqui tá cheio de assaltante, eu mesmo já fui roubado três vezes. Roubaram meus dois ar-condicionado, e hoje mesmo roubaram um advogado ali. Não adianta botar ouro ou deixar do jeito que tá se não tem segurança. Muitas vezes o pessoal não vem para cá porque tem medo, e o fedor de urina e fezes é o dia inteiro”.

 




  • Invalid license, for more info click here
    Invalid license, for more info click here
    0%