Programa Mais Médicos: transformando saúde e educação no interior do Brasil

Programa Mais Médicos: transformando saúde e educação no interior do Brasil
Foto: Imagem Ilustrativa/Divulgação

Criado em 2013, o Programa Mais Médicos é uma estratégia do Governo Federal para reduzir as desigualdades na distribuição de profissionais de saúde pelo Brasil. Ele possui dois pilares fundamentais: o primeiro foca na alocação de médicos em regiões mais carentes e distantes, onde a assistência à saúde é insuficiente; o segundo pilar, igualmente crucial, visa a implementação de faculdades de Medicina em cidades do interior do país, onde antes não existia a formação de médicos.

Desde quando o primeiro edital foi lançado, o programa avançou e já está presente com 63 cursos de Medicina privados em 18 estados brasileiros. Juntos, esses movimentos têm promovido um impacto transformador nas comunidades brasileiras, não apenas com a presença de médicos, mas com a criação de um ciclo sustentável de educação, infraestrutura e qualidade de vida.

Enquanto o primeiro pilar já trouxe resultados significativos, com médicos alocados em regiões de difícil acesso, é o segundo pilar, o de implantação de escolas médicas, que tem ganhado cada vez mais destaque. Criar faculdades de Medicina em regiões do interior é uma solução poderosa para formar médicos locais que compreendam melhor as necessidades de suas comunidades e, principalmente, que permaneçam nelas após a formação.

Isso não só resolve a escassez de profissionais, mas também cria uma rede de saúde mais robusta e equitativa, contribuindo com a construção e reformulação de unidades de saúde, desenvolvimento de programas de residência médica e inserção das comunidades em projetos de saúde preventiva e conscientização. Essas ações não só beneficiam a saúde local, mas também geram uma série de outros impactos, como a geração de empregos e o fortalecimento da economia regional.

Com a criação de novas faculdades de Medicina, cerca de R$ 1,4 bilhão, entre 2017 e 2024, foi destinado para melhorias de infraestrutura de saúde pública, mudando a realidade de muitas localidades onde foram implantadas escolas de medicina. Atualmente, 103 cidades estão com faculdades de medicina, públicas e privadas, autorizadas por meio da iniciativa.

Em janeiro deste ano, o MEC (Ministério da Educação) divulgou a lista das instituições de ensino superior elegíveis para implantar cursos de Medicina em cidades prioritárias pelo Edital Mais Médicos III.

Santa Catarina que já conta com uma unidade, está entre os estados a serem contemplados com novas unidades do programa. A expectativa é que até o dia 30 de maio se tenha o resultado final com a avaliação das propostas das instituições de ensino interessadas.

Os dois primeiros editais do programa, de 2014 e 2018, criaram conjuntamente 63 cursos privados, com 5.927 vagas anuais. Pela duração da formação médica, no entanto, apenas 1.772 médicos já se graduaram nestas instituições.

Em completa maturação, mais de sete mil médicos por ano serão formados por unidades Mais Médicos no interior do país e, no médio prazo, nossa demografia (com a descentralização das capitais) começará a ser retificada. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (2022), nas capitais a média é de 6,21 médicos por mil habitantes, enquanto em regiões mais distantes das capitais e no interior, essa média despenca para 1,72.

A continuidade do programa surge como um pilar essencial para reverter o histórico desequilíbrio na distribuição de profissionais de saúde. Atualmente, cerca de 75% dos médicos formados no interior continuam atuando nas mesmas regiões após a graduação, segundo estudos recentes, demonstrando a efetividade da iniciativa e o impacto direto que uma formação descentralizada pode ter no fortalecimento da saúde pública local.

“A interiorização do ensino médico não é apenas uma resposta à escassez de profissionais, mas uma estratégia eficaz para reter médicos nas regiões onde mais se precisa. Quando um estudante se forma próximo à sua comunidade de origem, há uma chance significativamente maior de que ele permaneça atuando nessa localidade, fortalecendo o sistema de saúde local”, afirma o Dr. Silvio Pessanha Neto, CEO do Idomed (Instituto de Educação Médica) e doutor em Neurologia e Neurociências pela UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro).

Com o avanço da terceira edição do programa, a expectativa é que mais municípios sejam contemplados, promovendo um impacto positivo ainda mais amplo. Silvio enfatiza que a continuidade do programa é essencial para o fortalecimento do SUS: “Ao investir na criação de novas faculdades de Medicina no interior do país, não estamos apenas formando médicos, mas estruturando um novo modelo de assistência, no qual a população dessas regiões passa a ter um atendimento mais qualificado e contínuo.”

Outro ponto de aprimoramento assistencial por parte do Mais Médicos é a possibilidade da formação de médicos especialistas, diminuindo a carência desses profissionais em diversas regiões do país a partir da oferta de residências médicas, credenciadas ao MEC, em áreas com alta demanda de atendimento, como Medicina de Família e Comunidade, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Clínica Médica e Cirurgia Geral.




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