Professora é afastada após denúncia de maus-tratos a criança autista em Itajaí

Professora é afastada após denúncia de maus-tratos a criança autista em Itajaí
Foto: Reprodução

Uma professora foi afastada de um CEI (Centro de Educação Infantil) em Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, no dia 2 de agosto devido a uma denúncia de maus-tratos. Conforme a família, uma criança autista de 3 anos teria sido amarrada pela profissional em sala de aula.

O pai do menino, Luhan Queiroz de Menezes, contou que saiu para ir ao mercado e encontrou um ex-funcionário do CEI Professora Ermelinda Potter Custódio, no bairro Cidade Nova, que o informou sobre o afastamento da profissional, que estaria amarrando os alunos.

“Naquele momento que comecei a associar os comportamentos do meu filho, ele não queria mais ficar na escola e começava a se desesperar no momento que eu ia deixá-lo lá. Então, na segunda-feira pela manhã, eu e minha esposa viemos até a escola e questionamos a diretora”, disse o pai.

Amarrada na cadeira

Segundo Luhan, o filho teria sido amarrado na cadeira com um pedaço de pano e, por isso, não apresentou marcas no corpo. Ele explica que isso teria dificultado desconfiar das supostas agressões.

“Ele pedia socorro, só que a gente não sabia que ele estava pedindo socorro, porque ele é não-verbal. Então, a gente tem um sentimento de culpa. Só queremos viver em paz e fazer a justiça”, disse a mãe do menino, Sabrina Santos Pereira, à reportagem da NDTV Record.

O pai ainda explica que o caso foi informado para a Secretaria de Educação de Itajaí e, no depoimento da professora afastada, ela teria alegado que fazia isso pela segurança da criança.

“Meu filho tem crises, mas as crises são como de uma criança comum. Qual é a criança que não se joga no chão ao ser contrariada? Além disso, ela disse que eu tinha conhecimento e que eu consentia com tudo o que acontecia, e não é verdade. Eu nunca vi e nunca soube, soube apenas agora, e eu nunca, jamais, iria consentir com um absurdo desses com meu filho”, afirmou Luhan.

Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Itajaí informou que ao tomar conhecimento da denúncia, afastou a professora. A profissional seguirá desta forma até a conclusão do processo. Foi instaurado um processo administrativo disciplinar para averiguar o ocorrido.

O Município reforça que durante o processo, que segue em andamento, estão sendo ouvidas testemunhas e outras fontes que podem contribuir para o esclarecimento do caso.

“A Secretaria de Educação ressalta que em nenhum momento deixou de prestar acolhimento à família cujo filho teria sido vítima dos maus tratos e continua à disposição para quaisquer esclarecimentos que ainda se fizerem necessários. Além disso, a Secretaria reforça seu compromisso com o bem-estar e respeito a todas as crianças da Rede Municipal de Ensino de Itajaí, abominando qualquer ação que fira a integridade e os direitos dos alunos”, diz a nota.

Conselho Tutelar e DPCAMI investigam o caso

A criança segue frequentando a creche, mas a pedido dos pais, ele foi trocado de sala. Os pais fizeram um boletim de ocorrência na Polícia Civil e o caso está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar.

Conforme o conselheiro tutelar Israel da Veiga, o órgão ficou sabendo do acontecido após uma denúncia da avó da criança, que foi feita no dia 26 de agosto. A Secretaria de Educação não teria informado sobre o caso.

“Em primeiro momento, ela foi afastada por 30 dias e, depois, a agente de educação por 3 dias. Porém, a secretaria não informou o conselho tutelar sobre o caso e está bem claro, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que qualquer violência e maus-tratos devem ser comunicados ao Conselho Tutelar”, explicou Israel.

A DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) informou que já foi instaurado o procedimento policial e estão apurando o caso.

Com informações de ND+.




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