Os portos de Imbituba e São Francisco do Sul estão sendo estudados pelo governo do Estado com a proposta de privatização, e os moradores, portuários e autoridades desses municípios participaram de uma audiência pública nesta quinta e sexta-feira (10) para debater os modelos atuais. Geridos pela SCPar, autarquia do governo do Estado, os portos funcionam de maneira mista, com investimentos do setor privado. Em março, a Câmara Municipal dos Vereadores de Imbituba aprovou moção, por maioria de votos, contrária à desestatização.
Em São Francisco do Sul, o vice-prefeito Sergio de Carvalho Oliveira afirmou que foram realizados ‘estudos técnicos que concluem que a privatização não atende a nenhum interesse público’, ao lembrar que 80% da economia local depende do porto — em novembro, a cidade arrecadou 24,4 mi em ICMS, mais do que outros municípios de alta produtividade, como Concórdia (15,7 mi).
Entre as manifestações, foram reivindicados investimentos nas rodovias estaduais que levam aos portos. “O porto de São Francisco tem capacidade de ser superavitário, as maiores necessidades de investimento estão fora do porto, como a duplicação da BR-280 e o contorno ferroviário”, ponderou o presidente da Associação Comercial de São Francisco do Sul, João Ricardo Chaves.
Esses encontros foram promovidos por uma comissão da Assembleia Legislativa que debate a proposta. A deputada Ada de Luca (MDB) é a relatora do colegiado, e vai apresentar um texto ao final das audiências marcadas para avaliar a intenção e posicionamento da população local. “Em março a gente pretende convidar o presidente do porto de Barcelona, que teve o mesmo problema, para apresentar o modelo atual dele que está dando muito certo”. Agora, a comissão retoma os trabalhos em 01 de fevereiro.