A Polícia Federal pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de seu filho, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), do ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e de outros 27 nomes no inquérito que ficou conhecido como “Abin Paralela”. A investigação apura o uso político e ilegal da estrutura da agência de inteligência para espionar adversários do então presidente.
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O relatório da PF, tornado público nesta terça-feira (17), aponta que a gestão Bolsonaro teria montado uma estrutura clandestina dentro da Abin, operando um sistema de monitoramento ilegal para fins políticos e pessoais. Segundo o documento, o esquema envolvia o uso indevido de ferramentas da agência para vigiar opositores, violando garantias constitucionais.
A lista de indiciados inclui ainda o atual diretor-geral da Abin, delegado Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois da agência, Alessandro Moretti. De acordo com a PF, integrantes da atual gestão da Abin teriam agido em “conluio” com a administração anterior para dificultar o acesso às provas e evitar que os fatos viessem à tona.
O caso ganhou destaque após a Operação Última Milha, deflagrada em janeiro de 2023, que cumpriu nove mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estava Alexandre Ramagem, então deputado federal, com buscas em seu gabinete e residências no Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A investigação representa mais um ponto de tensão entre o Judiciário e o Legislativo, já que Ramagem é alvo de uma ação penal em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal), o que acirra a disputa entre a Corte e a Câmara dos Deputados.
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