
Uma pesquisa realizada pela Talk Inc, empresa de pesquisa focada em comportamento, revelou que um a cada dez brasileiros recorre a inteligência artificial, como o ChatGPT, para desabafar sobre questões emocionais e pessoais e até pedir conselhos para tentar resolvê-los. O que pode parecer inofensivo, representa um risco sério para quem está enfrentando desafios emocionais. A psicóloga Ana Beatriz explica que o suporte da IA pode até ser útil em algumas situações, mas não substitui a assistência profissional e humana.
Clique aqui e receba as notícias do Tudo Aqui SC e da Jovem Pan News no seu WhatsApp
“Precisa-se entender que a Inteligência Artificial não é inteligente o suficiente a ponto de conseguir identificar e trabalhar as nuances das problemáticas de forma humanizada, levando em consideração os fatores externos, a história de vida da pessoa e como o indivíduo está psicologicamente, mentalmente e fisiologicamente naquele momento. Isto é, não tem o repertório emocional, a escuta qualificada nem a responsabilidade ética de um psicoterapeuta”, afirma.
Segundo ela, o próprio fato de a pessoa ver a IA como amigo e até como terapeuta já acende um sinal de alerta. “Por fornecer respostas acolhedoras e parecer compreensiva durante a conversa, muitas pessoas podem acabar confundindo os papéis, por isso é tão importante alertar sobre a importância de um atendimento psicológico profissional. Só ele consegue identificar o sofrimento e tratar adequadamente cada situação colocada pelo paciente”, alerta.
A psicóloga alerta, ainda, que a prática de consultar frequentemente a IA para desabafos, conversas profundas e para pedir conselhos, pode trazer ainda mais prejuízos à saúde mental. “Não é uma escuta qualificada, não tem consciência, empatia genuína ou a capacidade de criar vínculo terapêutico, elementos fundamentais no processo de psicoterapia. Ainda corre o risco de não receber o cuidado que precisa, o que pode gerar consequências graves”, pontua Ana Beatriz.
A psicóloga recomenda que as pessoas estejam atentas aos sinais que indiquem adoecimento mental para que se busque ajuda profissional além das redes de apoio.
“Se houver dificuldade para dormir, dificuldade para realizar esporte e sintomas como dores de cabeça, enjoos e algumas patologias associadas ao estresse e mal-estar emocional é hora de procurar ajuda psicológica ou tratamento psiquiátrico se for o caso”, finaliza a especialista.