As chuvas que caem em Santa Catarina desde outubro já causaram prejuízos superiores a R$ 5 bilhões, segundo estimativa do Estado informada pelo governador Jorginho Mello nesta sexta-feira (17).
Desse total, R$ 4 bilhões são de perdas da agropecuária, embora não esteja tudo contabilizado. Num primeiro levantamento em outubro, a Epagri, empresa de pesquisa agrícola e extensão rural do Estado, apurou prejuízo de R$ 1,6 bilhão em 49,2 mil propriedades rurais.
Para enfrentar as perdas do agro, será necessária uma linha de crédito federal acessível e de longo prazo, avaliam entidades do setor.
De acordo com o presidente da Ocesc (Organização das Cooperativas de Santa Catarina), Luiz Vicente Suzin, as entidades do agronegócio de SC estão conversando sobre isso e vão encaminhar um pleito à secretaria de Estado da Agricultura e, depois, o governo estadual deverá levar ao governo federal.
“Hoje, temos uma ação bastante forte dos governos dos municípios e do Estado, mas acho que a única solução seria do governo federal. É preciso criar uma linha de crédito com juro baixo e prazo de dois a quatro anos para dar uma recuperada, uma capitalizada nas propriedades rurais. Sem isso, vai ser muito triste porque sem produção um país não sobrevive”, alerta Suzin.
Segundo ele, é preciso recuperar o solo, fazer a correção para os próximos plantios porque para a safra 2023-2024 muitos agricultores não terão mais tempo para plantar no prazo. Por isso, será uma safra perdida.
Além disso, Suzin alerta que os produtores também precisam de dinheiro para honrar seus compromissos junto a bancos, junto a cooperativas. Despesas que fizeram para plantar a safra. Também precisam recuperar propriedades afetadas pelas chuvas.
“Viemos de uma safra 2022 -2023 boa, mas foi plantada com um custo alto. Mas na hora das vendas os preços caíram muito. A saca da soja chegou até R$ 190 na safra anterior, mas nessa última caiu para R$ 120 ou R$ 130. O milho que chegou a R$ 80 ou R$ 90, recuou para cerca de R$ 50. O produtor ficou descapitalizado. Nesta safra seria a oportunidade de ganhar dinheiro, mas aí veio a chuva”, observa.
Entre as culturas com mais perdas estão o trigo, o milho, a cebola, o fumo a maçã, outras frutas e horticultura. Conforme o presidente da Ocesc, está sendo praticamente impossível colher o trigo e plantar milho.
Essas duas safras terão prejuízos elevados. A maçã é afetada porque com muita chuva não ocorre a polinização. O plantio da soja também está sendo prejudicado. E o problema acontece em praticamente todas as regiões do Estado.
Além das lavouras e pomares, muitas propriedades perderam animais, produção de leite, pastagens, equipamentos agrícolas e tiveram casa e galpões danificados. As reconstruções e reposição de máquinas também requerem recursos.
Com informações de NSC Total.