
Foi protocolado na segunda-feira (24) na Câmara de Vereadores de Lages o pedido de impeachment contra o vice-prefeito da cidade, Jair Júnior (Podemos), que foi preso por violência doméstica no sábado (22). Agora, o pedido segue para análise do jurídico e depois irá a plenário.
O pedido de impeachment veio de iniciativa popular, por meio da cidadã Erli Camargo, que representa o movimento Marcha Mundial das Mulheres em SC e o MNDH-SC (Movimento Nacional de Direitos Humanos em SC). A partir de agora, o jurídico da Câmara analisa se o pedido é admissível.
Após, o pedido deve seguir a plenário para votação. No entanto, como o caso de Jair Júnior ainda está em fase de inquérito, são necessárias mais provas para que o pedido tenha andamento na Câmara.
Ele foi preso no último sábado (22), suspeito de violência doméstica contra a ex-namorada, e solto no mesmo dia após uma audiência de custódia e fixação de fiança. Nas redes sociais, Jair Júnior afirmou que se afastou das atividades para que o caso seja esclarecido.
Jair Júnior já havia sido afastado do cargo de diretor-presidente da Semasa (Secretaria Municipal de Águas e Saneamento) na manhã de segunda. A prefeita de Lages, Carmen Zanotto (Cidadania), publicou um decreto oficializando Paula Cristina Pinheiro Granzotto como a nova gestora do órgão.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do município. Jair ainda segue no cargo de vice-prefeito. A prefeita de Lages, Carmen Zanotto, se manifestou sobre o ocorrido.
“Primeiro queria dizer que foi com muita tristeza e surpresa, em relação ao fato que aconteceu no final de semana. Nós já providenciamos o desligamento da empresa Semasa. A decisão dele na condição de vice-prefeito é uma decisão pessoal, que a gente aguarda a manifestação dele, formal, do que ele quer fazer. Preciso deixar bem claro para a nossa comunidade de Lages: eu não vou abrir mão dos meus princípios de defesa e de combate a qualquer tipo de violência”, afirmou a prefeita de Lages.
O que diz a defesa
O escritório Ferreira & Schaefer Martins representa Jair Júnior no caso. O advogado Francisco Ferreira afirmou que o pedido de impeachment é de natureza política, e que a defesa atua apenas na esfera penal.
Afirmou também que o pedido ainda não foi apreciado e que a Câmara de Vereadores ainda não se manifestou sobre o caso, não tendo mais o que comentar em relação ao pedido.
Relembre o caso
O vice-prefeito de Lages, Jair Junior (Podemos), foi preso na tarde do último sábado (22), pela Polícia Civil. O caso que levou o político à prisão por violência doméstica.
A denúncia parte de uma ex-namorada de Jair Júnior. Ela afirmou à polícia ter namorado com o vice-prefeito por aproximadamente um ano e que os dois teriam terminado há dois meses. Nesse período, Jair não teria aceitado o fim do relacionamento e teria passado a procurar insistentemente a jovem.
Segundo a ex-namorada, Jair teria a levado até a casa dele na sexta-feira da última semana (21) com a promessa de que seria uma conversa para terminarem o relacionamento. Ao chegar ao imóvel, no bairro Santa Rita, em Lages, Jair teria trancado as portas e passado a fazer perguntas se ela estava se relacionando ou se tinha interesse em outra pessoa.
Durante o período em que os dois estavam em casa, Jair teria pegado o telefone celular da ex-namorada e se trancado no banheiro para tentar ler mensagens dela. A mulher afirma que pedia para que ele a deixasse ir embora, mas ele negava.
Durante a madrugada, em uma das vezes que Jair saiu do banheiro com o celular da ex, ele teria sentado em cima da mulher e exigido a senha do aparelho. Com a recusa dela em informar a senha, o vice-prefeito teria dado tapas no rosto da vítima. Após agredi-la, ele também teria tentado colocar o travesseiro no rosto da ex-namorada.
Segundo o boletim de ocorrência, Jair só deixou a ex-namorada ir embora às 13h do sábado (22), com a promessa de que ela não iria tomar providências ou registrar ocorrência. Ela foi levada por Jair para casa e, em seguida, ligou para a irmã para pedir ajuda.