A Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu nesta quarta-feira (1º) dois mandados de busca e apreensão em Blumenau, no Vale do Itajaí. A operação “Marmitagate” investiga um suposto golpe envolvendo um projeto de doação de marmitas chamado “Alimentando Necessidades”.
A Operação cumpriu mandados de busca e apreensão em um estabelecimento comercial em Pomerode e em uma casa em Blumenau.
Na ação, os policiais apreenderam dispositivos de informática e os dados arquivados serão examinados pela investigação, ainda de acordo com a polícia. A operação foi comandada pela 1ª Delegacia de Blumenau e da 4ª Decor (Delegacia Especializada em Combate à Corrupção).
O veículo de um dos suspeitos foi alvo de mandado de sequestro. A polícia suspeita de que o automóvel tenha sido comprado com o dinheiro do esquema criminoso. As informações obtidas na operação serão encaminhadas ao Ministério Público para os fins de direito.
Relembre o caso
Caso apelidado de “Marmitagate” veio à tona em 2022, nas redes sociais. Tudo começou quando usuários começaram a duvidar da existência de uma das coordenadoras do suposto projeto social chamado Alimentando Necessidades.
Projeto seria comandado por duas jovens que diziam alimentar 26 pessoas. Taynara Motta e Duda Poleza pediam doações via Pix para comprar comida e insumos. Mas, segundo denúncias nas redes sociais, elas não respondiam a ofertas de ajuda, nem a tentativas de contato de um jornal local interessado em divulgar o projeto.
Três postagens das meninas levantaram suspeitas. Em 12 de setembro, Taynara compartilhou um relato de estupro para anunciar que se afastaria das redes sociais. No dia 15, Duda divulgou um print em que um homem pedia fotos nuas em troca de doações.
Uma semana depois, publicou outro print de um diálogo com uma ex-colega que a teria procurado para doar uma embalagem de carne moída vencida há um mês. Em todas as postagens, a chave Pix do projeto era divulgada no fim.
Perfil de Taynara não tinha informações sobre ela. Um grupo de pesquisa em OpenSource descobriu que não havia ninguém com o mesmo nome na região, e as denúncias nas redes sociais deram força à hipótese de que ela não seria uma pessoa real. Além disso, as únicas fotos das entregas de marmitas foram tiradas em Pomerode, em frente ao restaurante do padrasto de Duda.
Polícia não confirma os nomes ou a quantidade de suspeitos. O UOL não conseguiu contato com as jovens, suas defesas ou suas famílias. O espaço segue aberto para manifestações.
Com informações do Estadão Conteúdo.