O IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) publicou, na tarde de quarta-feira (29), um novo relatório de balneabilidade referente às coletas realizadas em 27 e 28 de janeiro nas praias do Estado.
Em Santa Catarina, o índice praticamente manteve-se estável. Dos 238 pontos analisados, 164 foram considerados próprios para banho, o equivalente a 69%, um a mais do que no relatório de 16 de janeiro. O estudo apontou 74 pontos impróprios – 31% do total.
O novo levantamento apontou alterações na classificação de 13 pontos em praias de Balneário Camboriú, Balneário Rincão, Barra Velha, Itapema, Penha e Porto Belo – além da Capital e de a Grande Florianópolis. Em sete pontos houve a melhora de imprópria para própria, contra seis pontos que foram de própria para imprópria.
Balneabilidade na Grande Florianópolis
Em Florianópolis, o levantamento apontou que dos 87 pontos analisados, 63 (72,4%) estão próprios, e 24 (27,6%), impróprios para banho. Dois pontos – um na praia de Canasvieiras e outro nos Ingleses – anteriormente classificados como impróprios voltaram a ser considerados próprios para banho.
Já a praia do Jardim Atlântico, que tem um ponto analisado e estava própria no levantamento anterior, foi classificada como imprópria no relatório mais recente. Nos outros municípios da Grande Florianópolis, ocorreu apenas uma mudança: em Governador Celso Ramos, um ponto da praia da Fazenda da Armação passou de impróprio para próprio.
Retomada das análises
Segundo o IMA, o monitoramento da balneabilidade foi realizado regularmente até 16 de janeiro, quando as fortes chuvas que atingiram o Estado prejudicaram a coleta e análise das amostras. De 20 a 24 de janeiro, o serviço precisou ser suspenso temporariamente devido à necessidade de realocação de efetivo do CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), responsável pela coleta, para ações emergenciais em apoio às localidades afetadas.
O diretor de Controle, Passivos e Qualidade Ambiental do IMA, Diego Hemkemeier Silva, também explicou que o evento climático extremo afetou diretamente o processo de monitoramento da balneabilidade. Segundo ele, naquele dia, algumas amostras sequer conseguiram chegar ao laboratório, que também foi atingido pela chuva.
O prédio, localizado na SC-401, em Florianópolis, ficou sem energia elétrica, comprometendo o funcionamento de equipamentos essenciais para as análises, como as estufas de incubação.
“Naquele dia, estávamos fazendo coletas para balneabilidade e até mesmo algumas amostras não conseguiram chegar ao laboratório. O próprio laboratório foi afetado. O carro do IMA teve água entrando, além de vários servidores da instituição que também foram impactados”, explicou o diretor.
Silva ressaltou que a interrupção temporária do serviço quebrou o fluxo normal do monitoramento, que é planejado meses antes da temporada de verão. Ele destacou que Santa Catarina é o Estado onde há mais análises de balneabilidade do Brasil, com algumas praias monitoradas até três vezes por semana, e que a retomada das operações exigiu reorganização interna.
“A gente tem a maior densidade e frequência de análises sobre balneabilidade no Brasil. Todo esse fluxo é organizado desde o meio do ano para que, em outubro, tudo esteja funcionando corretamente. Quando esse fluxo quebra, há dificuldades para retomar o serviço”, afirmou.
Com a retomada das coletas a partir da última segunda-feira (27), os relatórios voltam a ser emitidos e divulgados nos dias habituais: quartas, quintas e sextas-feiras.
Entenda o método do relatório de balneabilidade
O relatório de balneabilidade do IMA classifica trechos de praias como próprios ou impróprios para banho com base na quantidade de bactérias do grupo Escherichia coli (E. coli) na água. A presença elevada dessa bactéria pode indicar contaminação por esgoto.
“A gente analisa um tipo de bactéria que é um bioindicador. Ela indica que existe algum tipo de material na água que não deveria estar ali, como esgoto, por exemplo”, explicou.