Morre catarinense Walter Orthmann, funcionário mais antigo do mundo

Morre catarinense Walter Orthmann, funcionário mais antigo do mundo
Foto: Patrick Rodrigues

Morreu nesta sexta-feira (2) o catarinense Walter Orthmann, morador de Brusque que entrou para o Guinness World Records pela “mais longa carreira em uma mesma empresa”. Ele dedicou 86 dos 102 anos à RenauxView, indústria de tecidos de Brusque.

Mesmo com mais de 100 anos, Walter teve uma vida ativa. Ele ainda dirigia o próprio carro até o trabalho e se exercitava com regularidade, incluindo nos finais de semana. Para a empresa, o exemplo do funcionário deve inspirar gerações, conforme comentou na nota de pesar publicada nesta sexta.

A rotina dele mudou depois das férias de dezembro, quando sofreu um sangramento no olho e precisou se afastar do trabalho. Aos poucos, foi adoecendo e morreu naturalmente em casa nesta sexta, contou a companhia. Informações sobre o velório ainda não foram divulgadas.

O idoso foi contratado em 17 de janeiro de 1938, aos 15 anos. Ele ainda se recordava da primeira calculadora que usou, alguns anos depois da contratação. O diretor da empresa na época, Roland Renaux, foi para a Alemanha e trouxe uma máquina de calcular. No início, Walter recebeu a tecnologia com desconfiança: fazia as contas de cabeça e depois checava se o valor batia. Na época não se usava telefone, e os textos eram feitos em máquinas de escrever.

Realidade bem diferente da que tinha nos últimos anos, quando usava smartphone e tablet para agilizar as atividades como vendedor. Ele se aposentou aos 56 anos, mas curtir a vida e largar a labuta? Jamais. Decidiu continuar trabalhando.

A carteira mostrava o registro da seguridade social em 31 de maio de 1978, e a readmissão no dia seguinte. Para Walter, a empresa o quis manter no quadro de funcionários porque ele era muito útil.

Colecionou histórias por conta do serviço, mas os momentos mais marcantes para ele foram os relacionados à família. Pai de oito, sofreu a morte de quase metade deles.

Nesses 102 anos, Walter acompanhou quase todas as mudanças da empresa em que trabalhava, viu vários presidentes governarem, testemunhou o crescimento de Brusque e acompanhou momentos que marcaram a história. Quando o dirigível alemão Zeppelin passou pela cidade, ele tinha 12 anos.




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