Um novo sistema de monitoramento veicular identifica o uso do celular ao volante, percebe sinais de fadiga ou de distração do motorista e emite um alerta sonoro imediato, diminuindo os riscos de acidentes nas estradas. Além disso, indica essas e outras ocorrências (excesso de velocidade, curvas bruscas, entre outras) em relatório com imagens para o gestor da frota.
O uso de ferramentas de inteligência artificial capazes de detectar alterações de padrão em imagens captadas por câmeras na parte interna e externa de automóveis, ônibus, vans ou caminhões possibilita que o monitoramento de veículos avance para além da segurança contra furtos e roubos.
“O funcionamento do sistema é fácil de entender. O software que recebe imagens das câmeras ‘percebe’ quando há uma mudança na forma como o condutor está se comportando. Se ele boceja seguidas vezes, por exemplo, há indicativo de cansaço em excesso. Se leva o celular ao ouvido, a mudança na imagem também é identificada”, diz Nabor Cenci, gerente do segmento de Gestão de Veículos da Orsegups, empresa responsável pelo serviço. “Até mesmo o ‘olhar para baixo’ típico de quem usa o celular no colo é capturado pela câmera”.
Assim que identifica um comportamento inadequado, a chamada videotelemetria dispara o aviso sonoro no interior do veículo e armazena dez segundos de imagens que podem ser consultadas pelo gestor da frota para avaliar a situação e melhorar processos internos, o que pode passar pela criação de programas de treinamento dos motoristas.
O Atlas da Acidentalidade no Transporte, levantamento do PVST (Programa Volvo de Segurança no Trânsito), reforça a necessidade de preocupação com o comportamento dos condutores. Em 2021 (informação mais recente) a falta de atenção foi a causa de 22.537 acidentes que causaram a morte de 1.503 pessoas em rodovias brasileiras. Apenas a desobediência à sinalização matou mais. Foi associada a 8323 acidentes nos quais morreram 1.552 pessoas.
Além das câmeras internas, que funcionam apenas com o motor ligado, o sistema acompanha o que acontece do lado de fora do veículo. Registra, por exemplo, quando há desaceleração brusca, excesso de velocidade em curvas ou aproximação de outros veículos.
“As imagens podem ser uma ferramenta fundamental para a defesa dos motoristas em ocorrências. Em caso de acidente, por exemplo, podem ser prova incontestável da responsabilidade de um terceiro”, afirma Nabor.
O sistema inclui os serviços básicos do monitoramento veicular, criado para combater roubos e furtos, mas usado também na gestão de frotas e otimização de rotas. Por isso, diz o gestor, o mercado alvo da novidade inclui empresas que já acompanham o trânsito de seus veículos, como as transportadoras de cargas ou de passageiros, as indústrias que mantêm frotas próprias e redes varejistas que entregam produtos nas cidades.
“A tecnologia pode aumentar a segurança nas vias e diminuir o risco de multas, o que gera benefícios sociais e econômicos”, destaca.
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