Cerca de 20 anos depois, a Secretaria de Saúde abriu processo disciplinar contra um médico acusado por cobrar por cirurgias realizadas pelo SUS (Sistema único de Saúde).
O cirurgião, atualmente lotado no Hospital Regional de São José e integrante do corpo clínico do Cepon (Centro de Pesquisas Oncológicas), foi denunciado por concussão em setembro de 2004, pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), após uma série de relatos.
A denúncia foi recebida só em 2008 e, quatro anos depois, foi absolvida em primeira instância. O MPSC recorreu e o caso foi julgado, em definitivo, só em 2019 pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A corregedoria da Secretaria de Saúde abriu um processo administrativo em 2020 e parece que, finalmente, o trâmite pode resultar na perda de função pública do médico.
Segundo um dos últimos despachos do processo, o médico não estaria cumprindo a pena de 2 anos e nove meses que deveria ter sido aplicada em regime semiaberto, mas foi convertida em regime aberto ainda em 2020.
O caso demonstra a lentidão da Justiça e a falta de ação na esfera administrativa do Estado para punir o cirurgião.