Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis subiram menos em abril, revertendo a tendência de alta da inflação verificada desde o início do ano. O índice vinha subindo aos poucos, passando de 0,29% em dezembro para 0,65% em março. Em abril, no entanto, caiu para 0,38%.
O aumento geral dos preços acumulado desde janeiro está em 2,19%. Já a inflação dos últimos 12 meses recuou para 4,68%. Apesar da desaceleração na média geral do mês de abril, ainda houve aumentos importantes no mês em grupos que pesam no bolso, principalmente alimentação.
Os números são do ICV (Índice de Custo de Vida), calculado mensalmente pela Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), por meio do Esag (Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas), com apoio da Fesag (Fundação Esag).
Alimentação
As maiores altas de preços em abril vieram do grupo Alimentação e Bebidas. Os alimentos tiveram alta média de 0,77% no mês. Se considerados só os produtos comprados em supermercados e feiras para consumo em casa, a alta ainda foi um pouco maior (0,86%). As refeições feitas fora de casa subiram menos (0,62%).
Os maiores aumentos foram os das hortaliças e verduras (5,3%), com destaque para a beterraba (13,8%). As frutas (alta de 3,6%) que mais encareceram foram mamão (9%), melancia (7,9%), morango (3%), uva (3%) e banana branca (2,3%). Tubérculos, raízes e legumes também subiram (3,2%), puxados pela cebola de cabeça (15%).
Arroz agulha (-5,5%) e feijão preto (-5,2%) também ficaram mais baratos, colaborando para a queda geral dos preços de cereais, leguminosas e oleaginosas (-4,6%). Também caíram os preços das farinhas, féculas e massas (-0,6%), como a farinha de trigo (-2,3%), macarrão (-1,3%) e farinha de mandioca (-1,3%).
Transportes
Os preços ligados aos transportes, que pesam tanto quanto a alimentação no orçamento das famílias, também tiveram alta em abril (0,68%). Houve uma alta forte nos preços dos combustíveis para automóveis (4,13%). Por outro lado, as passagens aéreas ficaram significativamente mais baratas (-7,8%).
Entre os grupos pesquisados, também houve alta na habitação (0,46%), vestuário (0,58%), saúde e cuidados pessoais (0,60%) e educação (0,17%). Os preços relacionados a despesas pessoais e serviços de comunicação ficaram estáveis. Já os artigos de residência foram o único grupo a ter queda geral nos preços (-1,37%).
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de abril. O índice é publicado regularmente desde 1968.
A metodologia é a mesma usada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o cálculo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag na atualização das ferramentas utilizadas.