Terreno da Penitenciária de Florianópolis será transformado em espaço público

Terreno da Penitenciária de Florianópolis será transformado em espaço público
Foto: Eduardo Valente/Secom

O atual terreno da Penitenciária de Florianópolis, que tem 174.762,85 m² e está avaliado em R$ 250 milhões, deverá abrigar um equipamento destinado ao atendimento do público, com praça, biblioteca, museu, restaurante, área de esporte e de passeio.

As mudanças acontecem assim que o governo do Estado conseguir construir presídios modulares, com 600 a 800 vagas, em diferentes cidades da Grande Florianópolis, e transferir os detentos da Penitenciária, localizada no bairro Agronômica.

O pedido foi feito pelo governador Jorginho Mello e a desativação da Penitenciária de Florianópolis deve ocorrer até o fim de 2026, quando termina o mandato do atual governo.

A construção de um condomínio residencial ou comercial, por exemplo, foi descartada. A decisão de mudança do complexo foi amplamente celebrada por empresários, moradores e entidades que enxergam na medida um enorme potencial de valorização na região, que já tem um dos metros quadrados mais caros da Capital.

O secretário de Estado da Administração, Vânio Boing, lembrou que a penitenciária funciona desde 1930 e não faz mais sentido manter a estrutura no Centro.

“Atualmente, temos mais de 2.000 presos ali. A ideia é primeiro preparar os presídios modulares e assim ter novos ambientes para receber os presos da Capital”, frisa.

Tanto a penitenciária quanto o presídio serão desativados. O Estado não pretende se desfazer do imóvel, mas construir um equipamento público.

Valorização imobiliária

Presidente do Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais) Florianópolis e Tubarão, Márcio Koerich avalia a desativação como uma oportunidade, desde que o espaço seja realmente democratizado, para que a sociedade utilize aparelhos públicos que tragam ganhos, como um parque e um hospital, por exemplo.

“Como é um terreno do Estado, situado numa Capital e numa área tão privilegiada, poderíamos pensar em algo que não fosse exclusivo ao município, por isso, a sugestão do hospital”, declarou. Ele recomenda, entretanto, uma análise criteriosa, para o melhor aproveitamento.

Segundo Koerich, quem acompanhou a história do entorno da penitenciária sabe que era desvalorizado e não era visto com bons olhos, por causa de motins.

Ele considera ineficiente, entretanto, a ideia de que o imóvel seja trocado pelo potencial construtivo, isto é, que seja negociado para gerar arrecadação.

Em relação aos imóveis do entorno, Koerich disse que a simples notícia da possibilidade de desativação do complexo já trouxe valorização. A alta, segundo ele, será escalonada, podendo chegar a 70% em alguns casos e ficar em 50% em média.

“Ninguém quer morar perto de um possível problema, ou de área abandonada, ou de conflito. Já teve valorização espontânea e vai subir mais”, declarou.

Defesa da estrutura pública

Roberto Costa, presidente do Movimento Floripa Sustentável, acredita que a decisão, embora extremamente positiva, é tardia. “Essa penitenciária, naquele local, em pleno Centro da cidade, sempre foi uma temeridade, problema de segurança para o bairro e não cabe mais”, afirmou.

Costa defende que a estrutura tenha um projeto relevante, podendo abrigar um centro cultural, uma arena esportiva, equipamentos que a cidade carece na atualidade.

“Os investimentos em cultura em Florianópolis, faz tempo que não acontecem. O último foi o CIC (Centro Integrado de Cultura). É necessário que tenhamos um centro cultural, de repente mais um teatro, uma sala de espetáculos para música”, defendeu o empresário, que também deseja ver um projeto para a cidade na área, seja com foco esportivo, ou cultural.

Mais de 2 mil empresas impactadas diretamente

Presidente da ACIF (Associação Empresarial de Florianópolis), Célio Bernardi é mais um entusiasta da mudança. Ele também mencionou a valorização da região e a melhoria do ambiente de negócios.

“Sem dúvidas, vai trazer mais desenvolvimento econômico para a região. Temos ali mais de 2.300 empresários e 140 MEIs (Micro Empreendedor Individual), que serão diretamente beneficiados”, afirmou.

“Uma requalificação do espaço, atração de novos investimentos e geração de emprego. Com certeza haverá uma dinamização maior daquela economia local, gerando mais receita para o Estado e o município. É um belo gol de placa que vai transformar a região”, completou o empresário.

A expectativa dele é que o número de empresas triplique no local. Como a entidade foca atualmente no conceito de distrito de inovação, sugere uma estrutura de vocação comercial, tecnológica ou turística.

O presidente da ACIF acredita que a mudança vai contribuir também para a percepção de segurança e qualidade de vida das pessoas que ali vivem. Assim como os demais entrevistados, Célio vislumbra uma grande transformação na região central de Florianópolis, com benefícios em termos econômicos e sociais.

Com informações de ND+. 




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