O bloqueio da BR-101 na noite de 13 de abril parou a Grande Florianópolis. Mesmo quando uma faixa foi liberada no sentido norte da rodovia, três dias após o deslizamento de terra, a fila de veículos se aproximou de 40 quilômetros.
As alternativas se mostraram insuficientes, já que os motoristas poderiam encarar um dia a mais de viagem, ou enfrentar muita estrada de chão e lama, por pequenas cidades que ficam na Serra do Tabuleiro.
As três rodovias estaduais que poderiam servir como um desvio necessitam de pavimentação. No sentido Florianópolis-Porto Alegre, o motorista precisava subir a BR-282, acessar a SC-435 em Santo Amaro da Imperatriz e seguir por São Bonifácio até São Martinho.
Buracos, falta de acostamento e a lama no trecho dificultaram quem escolheu este caminho. O prefeito de São Bonifácio, Laurino Peters, alerta sobre a necessidade de pavimentação desta rodovia.
“De São Bonifácio a São Martinho é estrada de chão, é esse o trecho preocupante. É uma estrada muito antiga, deve ter sido aberta em 1930, e até hoje não foi asfaltada. É uma reivindicação antiga do povo da região. Quando vira um caos na 101, ela é uma estrada paralela”, afirma.
A recomendação aos veículos pesados era longa, já que precisavam seguir viagem por Lages e tomar a direção da Serra Gaúcha pela BR-116, em Lages. Ainda assim, muitos resolveram encarar caminhos como a SC-108, em Anitápolis.
A prefeita do município, Angela Back, esteve no trajeto de 23km de chão batido e relata diversos casos de motoristas perdidos, além de acidentes que ocorreram no trecho.
“Teve muitas pessoas perdidas ou desorientadas por não saberem se estavam no caminho certo. Foi uma solicitação nossa de colocar placa de sinalização e guard rail em muitos pontos, pois é uma estrada muito estreita e costeando o rio, não passa um carro pelo outro”, revela a prefeita.
O major Marques, da PMRV, reconheceu a dificuldade de alguns trechos das rotas alternativas. Outro caminho que registrou movimento intenso de veículos durante esses dias foi a Serra do Rio do Rastro, entre Bom Jardim da Serra e Lauro Müller. Com um número maior de veículos trafegando por esses locais, os acidentes também aumentaram acima da normalidade para essas rodovias.
“A gente orientou a população que vinha do Sul para poder ir pela Serra do Rio do Rastro, sair em Urubici ou na própria 282, ou por São Bonifácio para chegar até Palhoça. Teve bastante trânsito na Serra do Rio do Rastro e acidentes pequenos por pessoas que não eram acostumadas a passar pela rota”, ressalta o major.
Chuvas intensas e apreensão dos motoristas
A cada cenário de chuvas intensas, os motoristas ficam apreensivos com a possibilidade de novos bloqueios da BR-101, tendo que descobrir novas alternativas para vencer os compromissos.
O secretário de Infraestrutura de Santa Catarina, Jerry Comper, ressalta que o Estado trabalha na conservação dessas vias alternativas, mas admite a necessidade de um maior investimento para pavimentação desses trechos.
“Entregamos ao cidadão Catarinense as vias vicinais nesses dias de rodovia trancada. A Serra do Rio do Rastro recuperamos 15km de pavimento flexível e seis de pavimento rígido. A Serra do Corvo Branco demos reinício à essa obra cheia de entraves, e as duas SC entre Anitápolis e Santa Rosa de Lima e São Bonifácio e São Martinho, são rodovias não pavimentadas e temos atuação forte de manutenção dessas vias”, destaca.