
Pelo menos duas empresas fazem parte do esquema de corrupção revelado na quinta-feira (27) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), do Ministério Público de Santa Catarina. De acordo com a investigação, as empresas investigadas teriam sido beneficiadas em contratos mediante licitações fraudulentas em 17 cidades catarinenses.
A operação “CONTROL C” cumpriu 46 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos membros da suposta organização criminosa. As ordens judiciais foram cumpridas em endereços públicos e particulares, incluindo a sede de uma das empresas. Prefeitos de dois municípios estão entre os investigados.
Uma das empresas é a Celk Sistemas, que fornece “soluções inteligentes e tecnologia de ponta” e é “referência em sistemas para a gestão de saúde pública no Brasil”. As informações constam na página online da companhia.
A empresa tem sede na Avenida Trompowsky, uma das regiões mais privilegiadas de Florianópolis. A Celk Sistemas diz, em sua página, que tem mais de dez anos de atuação no mercado e está presente em mais de 280 cidades do país, com mais de 3.000 estabelecimentos de saúde atendidos.
À reportagem do ND Mais, o advogado da Celk Sistemas informou que não teve acesso aos autos da investigação porque estão em sigilo e, “por essa razão, desconhece os detalhes e fundamentos das medidas adotadas”. A defesa reiterou “o compromisso da empresa com a legalidade, a ética e a transparência, e que ela está à total disposição das autoridades competentes para colaborar com o esclarecimento dos fatos no tempo e forma devidos”.
A outra empresa investigada no esquema seria a Educa Gênesis LTDA, razão social da empresa Clube Aluno, uma plataforma de reforço escolar, criada em 2014, para atender às necessidades estudantis, principalmente, do público jovem. Conforme descrito no site da plataforma, a empresa tem sede em Palhoça, na Grande Florianópolis.
No site do Clube Aluno, vinculado a uma das empresas investigadas, explica-se que a plataforma fornece aulas on-line com professores especializados, acesso a conteúdos personalizados e esclarecimento de dúvidas, de todas as áreas do conhecimento do ensino básico. Apesar do CNPJ ainda constar ativo, o site da empresa não é atualizado desde 2017. O espaço segue aberto para manifestação.
Prefeitos são investigados por crimes contra administração pública
Dois prefeitos integram a lista de pessoas e empresas investigadas pela operação do Gaeco. São eles: Júnior de Abreu Bento (PP), prefeito de Garopaba, e Luiz Henrique Castro de Souza (PP), prefeito de Pescaria Brava, ambos municípios do litoral Sul.