O mercado cambial teve um dia de alívio na quarta-feira (22), com o dólar recuando para abaixo de R$ 6 e atingindo o menor nível desde o fim de novembro. O movimento foi impulsionado pela moderação nas tarifas comerciais prometidas pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump. No entanto, a bolsa de valores não acompanhou o desempenho positivo da moeda e registrou queda após três altas consecutivas.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,946, com uma queda de R$ 0,085 (-1,4%). A moeda passou a operar abaixo de R$ 6 por volta das 10h50, e, na mínima do dia, chegou a R$ 5,91 por volta das 14h. Este é o menor valor desde 27 de novembro, com uma queda acumulada de 3,79% em 2025.
Já o índice Ibovespa, da B3, teve um desempenho mais volátil e fechou em 122.972 pontos, com uma queda de 0,3%. O indicador alternou altas e baixas ao longo do dia, mas consolidou a tendência de baixa no final da sessão, impulsionado pelas mineradoras.
Sem grandes novidades na economia brasileira, o mercado de câmbio foi influenciado principalmente pelo cenário internacional. A ausência de anúncios sobre aumento de tarifas comerciais para a América Latina por parte de Donald Trump beneficiou os países emergentes.
O presidente norte-americano anunciou recentemente uma sobretaxa de 10% para produtos chineses e de 25% para os do México e Canadá, a serem implementadas a partir de 1º de fevereiro.
Além disso, os percentuais abaixo do esperado para as tarifas reduziram as pressões sobre a inflação nos Estados Unidos, diminuindo a necessidade do Fed (Federal Reserve), Banco Central dos Estados Unidos, aumentar ou congelar os juros em 2025. Durante a campanha eleitoral, Trump havia prometido tarifas mais altas sobre os produtos chineses.
Taxas de juros menos altas em economias avançadas beneficiam países emergentes, como o Brasil. Isso porque os juros elevados da economia brasileira atraem capitais financeiros, reduzindo a pressão sobre o dólar e a bolsa.
Com informações da Reuters.