Maio está chegando ao fim, mas ainda dá tempo de falar sobre o Maio Vermelho, mês do Câncer Bucal. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer bucal é mais comum em homens acima de 40 anos, sendo o 4° tumor mais frequente na região Sudeste.
A doença pode acometer qualquer área da cavidade oral, podendo se estender e envolver a orofaringe. No entanto, as lesões são mais comuns na borda lateral da língua, no assoalho de boca, no lábio inferior, no palato e na parte interna da bochecha.
De acordo com a dentista Mariana Werlich, a doença é silenciosa e muitas vezes confundida com uma simples afta.
“O câncer de boca pode se manifestar sob a forma de lesões na boca ou nos lábios que não cicatrizam em mais de 15 dias, podendo ser parecidas com afta, mas que não dói e não cicatriza; manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas, que não saem com limpeza; nódulos no pescoço; rouquidão persistente; dificuldade de mastigação e de engolir; dificuldade na fala; sensação de que há algo preso na garganta; e dificuldade para movimentar a língua. Esses são os principais sintomas e se observado algo assim, é preciso procurar um dentista imediatamente”, reforça.
Os principais fatores de risco para desenvolvimento do câncer bucal são o fumo, o álcool e a má higiene, sendo que muitas vezes os três estão conectados. É preciso estar atento não apenas ao cigarro comum, mas aos vapes, ou cigarro eletrônico.
“Muitos jovens tem utilizado esses cigarros de forma rotineira e várias vezes ao dia. Não se sabe ao certo o que tem ali dentro e o cheiro bom engana, sendo muito prejudicial à saúde. Temos registrado muitos casos de doenças em jovens por causa dos vapes e o câncer bucal é uma delas”, destaca a dentista.
A melhor forma de prevenir é evitando os maus hábitos, como fumo e álcool. Outra coisa importante é a higiene bucal, ou seja, escovar bem os dentes, passar fio dental, limpar bem a língua e as bochechas.
O desafio com o câncer bucal, assim como outros, é ter um diagnóstico precoce e assertivo. O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, mas a confirmação depende de biópsia. Segundo Mariana, se diagnosticado no início e tratado de forma adequada, em 80% dos casos há cura.
Normalmente, o tratamento envolve cirurgia oncológica e/ou radioterapia. “Conhecer bem a boca para conseguir identificar se algo não está normal é fundamental. Desta forma será possível, se necessário, iniciar o tratamento e ser mais assertivo com a cura”, finaliza Mariana.