Conselheiros cobram saída de Eduardo Freeland, mas o presidente resiste

Conselheiros cobram saída de Eduardo Freeland, mas o presidente resiste
Conselheiros cobram saída do dirigente Eduardo Freeland | Foto: Rogério Kieffer/AFC

A reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Avaí realizada na segunda-feira (28), na Ressacada, colocou frente a frente 67 conselheiros, o presidente Júlio César Heerdt e o executivo de futebol Eduardo Freeland.

Convocados a dar explicações sobre o fracasso da equipe na atual temporada, os dirigentes foram colocados contra a parede, com cobranças duras sobre o desempenho esportivo e gastos para a conquista dos objetivos, que não foram alcançados. Os conselheiros pediram a saída de Eduardo Freeland, cuja situação no clube ficou por um fio, mesmo com o presidente garantindo sua permanência.

Eduardo Freeland chegou ao Avaí em agosto do ano passado com a missão de evitar o rebaixamento para a terceira divisão do futebol brasileiro. À época, contratou o técnico Eduardo Barroca e outros atletas que livraram a equipe do vexame, justo no ano do Centenário. E com a conquista, Freeland ficou encarregado de montar o grupo para a atual temporada. Os objetivos eram chegar à final da competição e também ao acesso à Série A. Fracassou em todos, mesmo assim, na conversa com os conselheiros, o presidente Júlio foi cobrado a dar uma nota para o trabalho de Freeland. E deu nota cinco e nota sete para as contratações da temporada.

Os conselheiros ficaram espantados com a revelação feita pelo executivo de futebol sobre o fato de ter contratado Vagner Love, o artilheiro do Brasil, no pior momento físico dele nos últimos 15 anos.

O jogador atuou mais de 15 jogos e anotou apenas dois gols. Os mesmos dois gols marcados por Gaspar, garoto da base que jogou apenas três partidas. Consenso dos conselheiros de que o trabalho de Eduardo Freeland foi pobre em todos os sentidos. E por isso exigiram a sua saída. Mesmo com o presidente dizendo não, o ambiente para o dirigente ficou insustentável, com muito desgaste pelos resultados pífios.

O presidente Júlio Heerdt informou que o Avaí tem recursos para fechar o ano no azul, o que dá tranquilidade para o planejamento da temporada 2025, mas que o orçamento terá uma queda de 30% para construção do elenco. Ou seja, o Avaí terá que fazer mais com menos recursos.

Do atual elenco serão desligados por volta de 18 jogadores, alguns com contrato por encerrar e outros com contratos já terminando no fim da temporada. Muitos jogadores contratados para a atual temporada serão mantidos, especialmente aqueles com contratos longos. O Avaí mira uma boa campanha no estadual e novamente o acesso à Série A.

O Avaí quer fazer como Novorizontino e Mirassol, que chegaram aos objetivos com recursos bem mais modestos. Não dá para colocar apenas na conta de Eduardo Freeland todos os problemas enfrentados pelo Avaí na atual temporada, erros que foram acumulados e que resultaram numa campanha ruim.

As decisões de Freeland não devem ter sido isoladas, por certo passaram pelo comitê do futebol, o que tira um pouco o peso de seus erros. Muita gente foi ouvida no clube. Mesmo assim já deveria ter sido demitido ou ter pedido para deixar o clube. Foram cobranças duras no ‘tête-à-tête’, que com certeza vão gerar consequências.

O Avaí saiu da reunião com muitas interrogações em relação ao seu futuro. E os conselheiros não parecem desistir das mudanças como se a saída de Eduardo Freeland fosse resolver todos os problemas. O presidente Júlio fez sua campanha buscando transparência, gestão profissional, mas entregou as decisões do futebol para gente despreparada. O resultado, após três anos de mandato, ainda não foi o desejado, com sérias frustrações.




  • Invalid license, for more info click here
    Invalid license, for more info click here
    0%