Com alvos em SC, esquema de lavagem de dinheiro tem suposto líder preso no PR

Com alvos em SC, esquema de lavagem de dinheiro tem suposto líder preso no PR
Foto: PF/Divulgação

A Operação Follow the Moneyem tradução “siga o dinheiro”desta quarta-feira (6) da Polícia Federal, juntamente com a Receita Federal, expôs um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas e supostamente liderado por empresários da região de Curitiba, no Paraná.

Segundo informações divulgadas, o líder da organização já havia sido preso por tráfico internacional de entorpecentes e utilizava-se de documentos falsos para não chamar a atenção. Durante os trabalhos, foram identificadas ao menos mais duas remessas de cocaína vinculadas ao grupo criminoso, sendo uma delas uma apreensão de 700kg de cocaína ocultos em uma lixeira de metal que seria transportada para o nordeste do Brasil, provavelmente para embarque com destino ao exterior.

A outra se refere a uma apreensão de aproximadamente 800kg de cocaína em um navio rebocador na região de Santa Catarina. Para a lavagem de dinheiro, o chefe do grupo utilizava-se de dezenas de pessoas e de empresa laranjas. E, com o intuito de ocultar ou dissimular a verdadeira propriedade dos bens, adquiria veículos de luxo em nome pessoas físicas sem capacidade econômico-financeira, conhecido popularmente como laranjas.

Os imóveis para seu uso próprio eram adquiridos em nome de uma imobiliária e de uma empresa de participações, as quais foram responsáveis pela aquisição de ao menos 3 imóveis de luxo em Curitiba – PR que eram utilizados para moradia.

Com o auxílio de um contador ligado aos criminosos, visando dar aparência de legalidade aos recursos, as empresas em nome do chefe dessa organização apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo sem prestar nenhum tipo de serviço ou sem qualquer registro de venda de mercadorias.

Em uma das empresas, foram gastos mais de R$ 8 milhões na aquisição de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços, mas ao que tudo indica nenhum serviço era prestado. O sofisticado esquema de lavagem envolvia compensações de boletos (cobrança bancária) que eram pagos por empresas também ligadas à organização e suspeitas de serem exclusivamente utilizadas para movimentação de recursos ilícitos.

Em outra empresa ligada ao ramo de “atividades esportivas” e em nome da companheira, eram declarados valores provavelmente falsos relativos a prestações de serviços apenas para justificar e dar aparência de licitude a gastos e despesas pessoais do casal que de fato eram suportados com recursos oriundos das atividades criminosas.

Apenas nos últimos dois anos e em relação a esse núcleo principal, foi apurada a disponibilidade de aproximadamente R$ 18 milhões para gastos pessoais e para aquisições de imóveis e veículos sem origem lícita conhecida.

Será apurada ainda a origem lícita ou não dos recursos utilizados para a compra de dezenas de caminhões em nome de empresas ligadas ao grupo criminoso. Foram realizadas buscas também em um escritório de contabilidade em um bairro nobre de Curitiba – PR, cujo proprietário é suspeito de criar empresas em nome de laranjas e de auxiliar a organização na lavagem de dinheiro.

A operação contou com a participação de aproximadamente 130 Policiais Federais e 20 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal que cumpriram, ao todo, 33 mandados de Busca e Apreensão e 02 de Prisão Temporária. Os mandados foram cumpridos nas cidades catarinenses de Balneário Camboriú, Barra Velha e Itapoá.




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