China torna educação em Inteligência Artificial obrigatória em Pequim

China torna educação em Inteligência Artificial obrigatória em Pequim
Foto: Imagem Ilustrativa/Reprodução

Em um movimento estratégico para consolidar a liderança na indústria de IA ( inteligência artificial), o governo da China anunciou que a educação em IA será integrada ao currículo escolar de Pequim, abrangendo desde o ensino fundamental. A medida tem início previsto para o próximo semestre de outono, em setembro.

De acordo com a Comissão Municipal de Educação de Pequim, as escolas da Capital chinesa deverão oferecer um mínimo de oito horas anuais de instrução em IA. Essa carga horária poderá ser implementada tanto como disciplinas independentes quanto integrada ao conteúdo programático já existente.

Esta iniciativa educacional está alinhada com o compromisso do governo chinês, manifestado durante o Congresso Nacional do Povo, de fomentar a aplicação extensiva de modelos de IA em larga escala e o desenvolvimento de terminais inteligentes e equipamentos de fabricação de nova geração.

A China não é o único país a impulsionar a educação em IA no ambiente escolar. No ano passado, a Califórnia (EUA) aprovou uma legislação que exige que seu conselho de educação considere a inclusão da alfabetização em IA nos currículos.

A Itália também iniciou testes com ferramentas baseadas em IA em 15 salas de aula, como parte de um esforço mais amplo para fortalecer as habilidades digitais dos estudantes.

Cenário no Brasil

No Brasil, as discussões sobre o assunto estão em andamento, mas ainda não se tem previsão das conclusões e implantações, existindo apenas ações pontuais em algumas escolas. O tema foi discutido em seminário organizado pelo Ministério da Educação, em fevereiro, com países do Brics, que debateram o uso ético e inclusivo da tecnologia na educação básica.

Danilo Konrad, co-fundador e CEO da AvancAI, provoca uma reflexão sobre o cenário brasileiro: “A China já decidiu: a IA será ensinada desde cedo nas escolas. Enquanto isso, no Brasil, vejo pessoas, inclusive crianças, com o medo de que a tecnologia substitua o esforço intelectual.”

“Mas será que o problema está na ferramenta ou na forma como a utilizamos? A IA não deve substituir o pensamento crítico, mas sim potencializá-lo. Quem aprender a usar a IA terá vantagem competitiva. Quem ignorar, pode ficar para trás. Por isso, acredito que o ensino de IA deve começar cedo, preparando as novas gerações para um futuro em que tecnologia e conhecimento caminham juntos. A pergunta que fica é: estamos preparando nossas crianças para serem protagonistas dessa revolução ou apenas espectadores?”, complementa Konrad.

De toda forma, Konrad entende que a adoção da tecnologia ainda enfrentará grandes desafios no país, tanto no que diz respeito à infraestrutura e à formação de professores quanto às questões éticas e culturais envolvidas no processo.




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