
O primeiro paciente submetido ao PIPAC foi um homem de 57 anos diagnosticado com câncer gástrico. Após o procedimento, ele recebeu alta e iniciará a quimioterapia sistêmica nos próximos dias. Segundo o cirurgião do Cepon, Dr. Eduardo Zanella, a técnica permite a aplicação direta do medicamento na cavidade abdominal, reduzindo efeitos colaterais e acelerando a recuperação.
“O grande diferencial é a entrega direta do quimioterápico no local afetado, com menor impacto no restante do organismo e sem interferir na quimioterapia venosa, que segue como tratamento padrão”, explica.
A PIPAC é um procedimento minimamente invasivo, realizado por laparoscopia, onde um aerossol dispersa o quimioterápico diretamente na cavidade abdominal, alcançando os nódulos metastáticos. “Esse método pode controlar a doença e aumentar a sobrevida de pacientes com carcinomatose peritoneal, que historicamente possui um prognóstico desafiador”, destaca o Dr. Zanella.
O estudo em andamento no CEPON, feito por meio de uma parceria com uma empresa privada, pretende avaliar a eficácia da PIPAC quando combinada com quimioterapia tradicional, como destaca a responsável pelo estudo, Dra. Marília Antunes. “A gente quer avaliar o desfecho dos pacientes, principalmente a sobrevida global desses pacientes, a resposta da PIPAC com a quimioterapia sistêmica, avaliar o desfecho desses pacientes e saber quais deles vão ser elegíveis no final desse estudo”, explica a residente do CEPON sobre a abordagem cirúrgica que busca remover completamente o tumor visível, melhorando as chances de controle da doença.
Vantagens da PIPAC
A nova abordagem se destaca por aumentar a efetividade da quimioterapia, especialmente no peritônio, região de difícil acesso para os tratamentos convencionais devido à baixa vascularização. O uso do aerossol permite uma distribuição homogênea do medicamento, potencializando sua ação nos tumores.
Além disso, o procedimento apresenta baixa taxa de complicações e melhora a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo efeitos adversos como náuseas e enjoos, comuns na quimioterapia intravenosa.
Como participar do estudo
O CEPON está recrutando pacientes entre 25 e 75 anos, com diagnóstico de câncer gástrico e sem doença à distância, ou seja, com metástase exclusivamente para o peritônio, que atendam a critérios específicos, como:
- ECOG 0 a 1 (boa performance funcional);
- Taxa de filtração glomerular acima de 50 (função renal preservada);
- Bilirrubina até 3 (função hepática adequada).
Interessados podem obter mais informações pelo e-mail: comunicacao@cepon.org.br.
O CEPON faz parte da rede da SES (Secretaria de Estado da Saúde), gerida pela FAHECE (Fundação de Apoio ao HEMOSC/CEPON). É referência em oncologia, reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como Centro de Referência em Medicina Paliativa no Brasil.