Casos de estupros aumentam 103% em SC e é o maior crescimento do país em 2023

Casos de estupros aumentam 103% em SC e é o maior crescimento do país em 2023
Foto: Divulgação

No primeiro semestre de 2023, uma mulher a cada oito foi vítima de estupro no Brasil, com Santa Catarina liderando o ranking de aumento de casos em comparação ao mesmo período de 2022. O número de ocorrências cresceu 103,9%, passando de 1.064 para 2.088 no estado, incluindo estupro e estupro de vulnerável. É o maior registro da série histórica desde 2019.

Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e foram divulgados na segunda-feira (13).

Casos de estupros disparam

No Brasil, aconteceram mais de 34 mil casos de estupro e estupro de vulnerável. Todos os dados correspondem aos registros de boletins de ocorrência nas delegacias da Polícia Civil em todo o país.

Cerca de 74,5% dos casos foram estupro de vulnerável. Sendo assim, as vítimas tinham menos de 14 anos ou eram incapazes de consentir. Essa falta de consentimento pode ser causada por alguma enfermidade, deficiência mental ou qualquer outra causa que não pode oferecer resistência.

Crianças são as maiores vítimas de estupro

Segundo Amanda Lagreca, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o mais grave dos números é que as crianças são as maiores vítimas de violência sexual no Brasil. Além disso, o local que os abusos ocorrem são a própria casa, local que deveria trazer segurança.

“Isso faz com que seja muito difícil para as vítimas desse tipo de crime reconhecerem as violências que sofrem. Pode ser tanto pela falta de conhecimento sobre o tema, como pelo vínculo com o agressor”, aponta.

Todas as regiões do Brasil tiveram crescimento nos casos de estupro e estupro de vulnerável no primeiro semestre de 2023. Mas, a maior variação foi no Sul do país, com o crescimento de 32,4%.

Seguida do Norte, que cresceu 25%, e da região Nordeste, cujo crescimento foi de 13,2%.

Já a maior queda se deu no Mato Grosso, estado que apresentou redução de 25%, passando de 885 casos para 664.

Feminicídios no país

Segundo o levantamento, o número de feminicídios registrados no intervalo de janeiro a julho deste ano é o maior da série histórica, que se deu em 2019.

A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, explica que a maioria dos casos tratam de feminicídios íntimos. Ou seja, que ocorrem dentro de casa, ocasionados pelo cônjuge, namorados e ex-maridos.

“Avançamos bastante nos últimos anos com a promulgação de novas leis de proteção. Infelizmente, porém, isso não se traduziu em melhorias nas políticas públicas implementadas”, diz.

Com informações de ND+. 




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