Barragem de José Boiteux amanhece destruída após manifestação de índios Xokleng contra o governo de SC

Barragem de José Boiteux amanhece destruída após manifestação de índios Xokleng contra o governo de SC
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A barragem de José Boiteux, localizada no Alto Vale do Itajaí, amanheceu nesta quinta-feira (6) com os muros e paredes da estrutura destruídos, em mais um capítulo do impasse entre a comunidade indígena Xokleng e o governo do Estado. A destruição do local ocorre no contexto de uma manifestação dos índios, que cobram a execução de obras compensatórias determinadas pela Justiça há mais de uma década, mas que ainda não foram realizadas.

De acordo com o cacique Setembrino Camlem, a comunidade recebeu na quarta-feira (5) a informação de que o governo do Estado enviaria uma equipe da Celesc para reparar as comportas da barragem. Contudo, a medida não atendeu aos pontos das reivindicações, o que motivou os indígenas a se dirigirem à área da barragem, situada em terra indígena legalmente demarcada, para protestar.

Ao amanhecer, o cenário era de destruição em um local que já se encontrava em péssimas condições. A Defesa Civil de Santa Catarina, responsável pela operação da barragem, informou que a manutenção da estrutura está suspensa. No início da manhã, a Polícia Militar ainda não tinha informações sobre o ocorrido, nem sobre os responsáveis pela ação de vandalismo.

A tensão no local ocorre no mesmo dia em que o governador Jorginho Mello (PL) estará em Rio do Sul, também no Alto Vale do Itajaí. O governador tem agenda marcada para apresentar um balanço de investimentos na região e anunciar a licitação de obras para a comunidade indígena.

No entanto, membros das aldeias afirmam que anúncios não são suficientes para resolver a questão, uma vez que em outros momentos licitações foram feitas, como a da construção de uma escola e a melhoria na estrada da aldeia Bugio, mas as obras nunca foram iniciadas.

A barragem de José Boiteux já havia transbordado na enchente de 2023, o que isolou as aldeias e dificultou, inclusive, o acesso das crianças indígenas às aulas. Além disso, rachaduras e deslizamentos nas casas e problemas nas estradas são outras questões que afetam a comunidade. Um acordo judicial determinou que o Estado realizasse obras compensatórias, conforme lista abaixo:

Obras de compensação previstas:

– Abertura e macadamização de estrada com 12 quilômetros, ligando as aldeias Sede e Toldo;
– Melhoria da estrada que liga aldeia Bugio a José Boiteux;
– Elevação de ponte sobre o Rio Platê;
– Construção de ponte pênsil sobre o Rio Hercílio, em local viável técnica e financeiramente;
– Construção de 10 casas destinadas à aldeia Toldo, da etnia Guarani;
– Construção de escola com 285 metros quadrados;
– Construção de duas casas de pároco;
– Construção de unidade sanitária;
– Construção de um campo de futebol.




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