
Santa Catarina vive uma grave crise de saúde pública devido ao avanço da SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), com 113 mortes confirmadas por Influenza somente em 2025. O aumento nas internações e a baixa adesão à vacinação agravam ainda mais o cenário.
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Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a taxa de ocupação dos leitos de UTI do SUS na Grande Florianópolis atingiu 95,3% nesta segunda-feira (9). Em sete hospitais da região, a lotação chegou a 100%. A maior parte das vítimas fatais é formada por idosos: foram 31 mortes entre pessoas de 60 a 69 anos, 27 na faixa de 70 a 79 anos e 25 entre aqueles com mais de 80 anos.
A Secretaria reforça que a vacinação é a principal forma de prevenção contra a Influenza, que apresenta diferentes variantes a cada ano e pode causar complicações graves.
Para o superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi, a situação está diretamente ligada à baixa cobertura vacinal, uma tendência que se intensificou após a pandemia de Covid-19.
“Desde a pandemia, não conseguimos alcançar altas coberturas vacinais nos grupos prioritários. Neste ano, estamos com cerca de 45% de cobertura, quando o ideal seria acima de 90%”, alerta Gaudenzi.
Ele destaca que, diferentemente de doenças como o sarampo e a rubéola, a gripe não pode ser erradicada, mas a vacina reduz significativamente os riscos de agravamento e morte. “As doses não aplicadas dentro do prazo são descartadas. Ou seja, é dinheiro público desperdiçado, e vidas em risco”, pontua.
De acordo com o último boletim da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), já foram registrados 1.052 casos confirmados de Influenza em 2025, superando os 980 do mesmo período de 2024. No total, o ano passado fechou com 1.689 casos e 129 mortes.
População ainda resiste à vacinação

Durante visita ao Espaço Imuniza Floripa, na Policlínica da Mulher e da Criança, a coordenadora da unidade, enfermeira Sandra Ventura, reforçou a importância da vacinação. Segundo ela, todos os frascos de vacina abertos são utilizados no mesmo dia ou no dia seguinte, evitando desperdícios.
“Mas é preciso refletir: quantos frascos de vacina seriam necessários para cobrir o custo de uma internação em UTI com respirador?”, questiona. “Falta às pessoas mais protagonismo e amor próprio, e isso inclui o ato de se vacinar.”
Exemplos de conscientização também aparecem. A psicóloga Bruna Leonel, 25 anos, procurou a unidade para se vacinar e afirmou que, após a pandemia, passou a dar ainda mais atenção à imunização, especialmente por trabalhar com crianças.
Já a dona de casa Amanda Regina Pereira levou seus filhos Sofia, de 6 anos, e Miguel, de 4, para vacinar o caçula. “É uma forma de proteger a saúde. A gripe pode evoluir para pneumonia e até matar. Vacinar é essencial, principalmente para as crianças”, declarou.
Mortes por Influenza por ano em Santa Catarina:
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2020: 5
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2021: 16
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2022: 46
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2023: 47
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2024: 129
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2025 (até 6 de junho): 113
Mortes por faixa etária em 2025:
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60 a 69 anos: 31
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70 a 79 anos: 27
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80 anos ou mais: 25
Cidades com mais óbitos:
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Florianópolis: 18
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Chapecó: 13
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Lages: 10
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Joinville: 9
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Tubarão: 4
A Secretaria de Estado da Saúde segue incentivando a população a procurar os postos de saúde para garantir a vacinação, especialmente os grupos prioritários, como idosos, crianças, gestantes e profissionais da saúde.