O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o Atlas do Saneamento de 2021, e revelou alguns dados preocupantes em relação à situação sanitária do Brasil e de Santa Catarina. Segundo o Atlas, apenas 7,5% dos municípios brasileiros possuem sistema de drenagem, recurso importantíssimo para impedir enchentes. Além disso, enquanto 99% das cidades têm distribuição de água, somente 60% possui coleta de esgoto.
Em Santa Catarina, todos os municípios estão inclusos na rede de distribuição de água, enquanto 43% tem tratamento de esgoto. A coleta de dejetos está concentrada principalmente nas cidades do litoral. Joel Horstmann, diretor de operação e expansão da CASAN, concedeu entrevista ao programa SC News de hoje (30), e comentou sobre a situação atual do saneamento básico no Estado e sobre as futuras obras da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento.
“A questão de investimento em esgoto é recente. Dos 194 municípios que a CASAN administra, a companhia tem feito vários investimentos em obras de saneamento, posso citar os municípios de Criciúma, Chapecó, Maravilha […] Ainda, o novo marco do saneamento exige que a os municípios e o Estado tenham 90% de cobertura de tratamento de esgoto até 2033” – disse Horstmann.
O Atlas do Saneamento mostra que nos últimos 30 anos, enquanto a Paraíba atingiu 80% da população com cobertura de tratamento de esgoto, Santa Catarina não saiu do grupo dos 50%. Segundo o engenheiro, Florianópolis possui 68% de cobertura de tratamento de esgoto. Enquanto o continente e a parte central da ilha se aproximam de 100%, bairros como Vargem Grande, no Norte da ilha e Campeche, no Sul, não possuem nenhum tipo de sistema de coleta e tratamento em funcionamento.
No Sul da ilha, o projeto do emissário submarino — um equipamento para disposição final de efluente já devidamente tratado, espera uma entrega de estudos ao IMA (Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina) para liberar o prosseguimento da obra. Já no Norte, uma nova estação de tratamento está sendo construída na região do Saco Grande, que irá atender também os bairros do Cacupé, Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa. A obra é prevista para ser entregue em 2023.
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo