O motorista acusado de provocar o trágico acidente na BR-470, em Gaspar, resultando na morte de duas jovens, foi condenado pela Justiça. O Tribunal do Júri que começou às 9h de quarta-feira (19), durou 16 horas no Fórum do município. Era por volta da 1h da madrugada desta quinta-feira (20) quando a juíza da Vara Criminal de Gaspar leu a sentença.
Evanio Wylyan Prestini foi condenado a oito anos, seis meses e 20 dias de prisão, por dois homicídios consumados com dolo eventual e três lesões corporais, uma delas grave, também com dolo eventual, além de embriaguez ao volante.
Ele irá responder em liberdade. Além disso, teve o direito de dirigir suspenso por dois anos e seis meses. Evanio permaneceu durante todo o júri em plenário e, durante o julgamento, pediu perdão às famílias das vítimas.
Antes dele, três sobreviventes do trágico acidente na BR-470 e duas testemunhas de defesa foram ouvidas. A primeira a falar no plenário foi a motorista do Fiat Pálio atingido pelo Jaguar. Thaynara Schwartz contou que saiu de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, por volta das 5h da manhã com as amigas. Ela voltavam de uma festa quando a batida aconteceu.
Tayná Carolina Círico e Maria Eduarda Kramer, também sobreviventes do acidente, foram as próximas a serem ouvidas pelos jurados. Maria Eduarda contou que faz tratamento para transtorno de ansiedade e estresse pós-traumático. A jovem ficou um ano se recuperando por conta dos graves ferimentos do acidente.
Motorista admitiu que ingeriu bebida alcoólica
Quando chegou a vez do réu prestar o depoimento, Prestini pediu perdão aos familiares das vítimas do acidente. Durante o interrogatório, ele afirmou que ingeriu vodka com energético e que o veículo onde estavam as vítimas invadiu a pista onde ele transitava na BR-470.
O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), por meio do promotor de Justiça Augusto Zanelato Júnior, apresentou alguns vídeos em que registraram toda a trajetória do motorista do Jaguar.
Entre eles, o motorista saindo de um bar em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, e ainda registros feitos por outras pessoas que transitavam na BR-470 naquela madrugada, mostrando que Evanio fazia zigue-zague em trechos da rodovia federal entre Ascurra e Indaial.
“O Ministério tem convicção de que esta não foi uma mera fatalidade. Era uma tragédia anunciada. O réu assumiu o risco de matar alguém ao fazer tudo aquilo que fez”, disse o promotor.