Com apenas 25 anos, Maria Eduarda Silva Gabriel, fundadora da Maria Eduarda Beauty – Estética Natural e SPA, acaba de lançar sua nova linha de cosméticos naturais voltada especialmente para a pele negra. Mais do que uma novidade no mercado de beleza, a coleção representa um marco de representatividade, pesquisa e afeto em cada fórmula.
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Formada como instrumentadora cirúrgica e atualmente estudante da 6ª fase de Biomedicina, Maria Eduarda tem usado seu conhecimento técnico e sua própria história para desenvolver produtos que não apenas tratam a pele, mas acolhem quem a utiliza.
“Cada cosmético da ME Beauty nasce de um sonho, mas também de muito estudo, responsabilidade e entrega. Não é só sobre estética, é sobre ancestralidade, saúde e reconexão com quem somos”, destaca.
Cosméticos que abraçam
A nova linha foi criada a partir de um longo processo de pesquisa, vivências pessoais e escuta atenta às necessidades da pele negra, historicamente invisibilizada pela indústria da beleza. Segundo Maria Eduarda, devota de Oxum, orixá feminina das religiões de matriz africana associada às águas doces, à fertilidade, ao amor, à beleza, à riqueza e à diplomacia, cada ingrediente, cada erva e cada aroma foi escolhido com intenção: transformar o uso diário do produto em um verdadeiro ritual de cuidado.
“Eu sempre penso em como ele vai ser inserido no dia a dia da pessoa de forma prazerosa, para que não seja apenas mais um cosmético esquecido na prateleira. Meu objetivo é que cada toque na pele seja um abraço de acolhimento”, explica.
Uma trajetória construída na ausência
Desde a adolescência, Maria Eduarda conviveu com acnes e inflamações causadas por desequilíbrios hormonais e emocionais, sem encontrar apoio profissional adequado. “Já usei produtos que queimaram minha pele. Faltava acolhimento e conhecimento. Eu entendi que ninguém ia criar esse espaço por mim, então eu mesma me tornei essa mudança.”
Foi a partir dessa ausência que nasceu a Maria Eduarda Beauty, em 2021. Desde então, a marca se consolidou como referência em estética natural e cuidados conscientes, com um olhar humanizado voltado à pele negra.
Empreender como cura e missão
Para Maria Eduarda, ocupar esse espaço no mercado de beleza é mais do que empreender. É reparar, honrar e transformar. “Por muito tempo, nós, mulheres negras, fomos deixadas à margem da beleza, sem representatividade, sem produtos que nos enxergassem de verdade. Eu transformei essa ausência em força, em ação.”
Ela acredita que o autocuidado vai além do uso de um produto: é uma prática de afeto, presença e respeito por si mesma. “Não é só sobre seguir um padrão. É sobre se enxergar de verdade. Meu trabalho é mostrar que cuidado é reconexão com a própria essência.”
Gestão com propósito
A criação da nova linha de cosméticos exigiu mais do que intuição e sensibilidade. Maria Eduarda mergulhou em estudos sobre formulação, ativos naturais e empreendedorismo consciente. “Aprendi sobre produção, planejamento e como empreender de forma humana. Cada detalhe importa. Cada pessoa importa.” Destaca.
Vivência que vira fórmula
Maria Eduarda é, como ela mesma diz, a própria persona de sua empresa. Suas dores e vivências são o ponto de partida para os produtos que cria e para a forma como se comunica com seu público.
“As pessoas se identificam comigo porque sabem que eu também senti na pele o que é não ser enxergada. Por isso, os produtos que desenvolvo carregam verdade, história e amor.”
Mais que cosméticos, um movimento
A nova linha da ME Beauty representa mais do que um novo lançamento no mercado. É um convite à reconexão com a própria beleza, à valorização da ancestralidade e à construção de um novo olhar sobre o cuidado.
“Eu falo de pele, mas também falo de autoestima, de ancestralidade, de afeto. Por isso, a ME Beauty não é só minha. Ela é de todas nós”, finaliza Maria Eduarda.
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