
O uso das hastes flexíveis – ou os conhecidos cotonetes – é muito comum no cotidiano do brasileiro. O objeto tem sim a finalidade de limpeza, mas é importante observar até onde a haste deve ser usada na estrutura do ouvido. O médico otorrinolaringologista e professor do Idomed (Instituto de Educação Médica), Emílio Salviano, orienta o uso do cotonete, preferencialmente, para limpar apenas as dobras externas da orelha.
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“Muitas pessoas usam cotonete até como um hábito: quando sentem uma coceirinha no ouvido elas vão lá e introduzem a haste para muito além do recomendado. Outros recorrem ao uso quando estão com a sensação de ouvido tapado e colocam o cotonete dentro do conduto auditivo. O ideal é limpar apenas as dobrinhas da orelha. No máximo, no comecinho do buraquinho do ouvido, que é o conduto auditivo. Tentar fazer essa limpeza dentro do conduto auditivo é totalmente perigoso e desaconselhável”, alerta o especialista.
Dr. Emílio explica que podem acontecer três situações arriscadas com o uso incorreto das hastes: limpeza excessiva, retirando a proteção natural do ouvido, perfuração do tímpano ou ainda empurrar pedaços maiores de cera para o tímpano e ter que recorrer a um procedimento mais complexo, realizado por um profissional habilitado.
“A cera não é sujeira: ela é produzida pelo próprio ouvido, então tem ação lubrificante, antifúngica e antibacteriana. Se você retirar essa proteção, seu ouvido fica mais predisposto a infecções”, orienta. O otorrino faz um alerta para quem atribui a sensação de ouvido tapado apenas ao acúmulo de cera: “Essa sensação pode ser alguma inflamação ou infecção. O ideal é buscar um atendimento com o médico especialista para identificar o real problema e tratar de forma adequada”.
Qual a forma mais segura de limpar o ouvido?
O médico aconselha a usar um paninho fino, após o banho, com o auxílio do dedo, e enxugar até onde o próprio dedo alcança. “Nosso ouvido tem um mecanismo automático de limpeza. São pequenos cílios que vão jogando essa cera para fora. Então, não precisa a gente ter essa preocupação de limpar diariamente o ouvido”.
História das hastes flexíveis ou cotonetes
A haste flexível foi criada em 1920 por um polonês naturalizado americano, chamado Leo Gersternzang. Ele observou sua esposa usando um palito de madeira com um chumaço de algodão na ponta para limpar a orelha de sua filha durante o banho. Ele ficou preocupado com a
possibilidade de que a madeira lascasse e machucasse o ouvido do bebê. Então, ele decidiu desenvolver uma haste flexível que oferecesse mais segurança neste processo sem oferecer riscos maiores.