Municípios da Grande Florianópolis têm substâncias cancerígenas na água

Foto: Julio Cavalheiro/Secom

Um levantamento feito pelo Repórter Brasil apontou que a água distribuída em Florianópolis, às unidades consumidoras, possui duas substâncias potencialmente cancerígenas, que podem afetar no surgimento de tumores na população que ingere a água fornecida pela Casan. Os dados do Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água) detectaram a presença de triclorofenolNitrato, substâncias derivadas do cloro e de produtos como fertilizantes. As informações foram coletadas entre 2018 e 2020.

O levantamento, chamado Mapa da Água, reúne testes feitos pelas próprias companhias abastecedoras de todo o Brasil, e indica em quais locais há substâncias que ultrapassam o limite de segurança. Além de Florianópolis, Paulo Lopes também apresentou contaminação. Outros 10 municípios da região metropolitana, incluindo São José, Palhoça e Biguaçu, têm substâncias prejudiciais à saúde. Santa Catarina foi o quarto estado brasileiro com mais substâncias tóxicas presentes na água distribuída à população. Segundo a Casan, esse alto número de casos só puderam ser identificados porque a Companhia realizou testes, enquanto em outras localidades do Brasil não.

“Cabe destacar que a grande maioria dos municípios no Brasil não executa a vigilância no controle de qualidade como deve ser executada em sua total amplitude e frequência, o que por sua vez deixa o banco de dados do portal do SISAGUA incompleto”, disse a Casan em nota. Para a professora de Engenharia Ambiental da UFSC, Sônia Corina Hess, os dados revelam uma contaminação vinda da própria fonte. “No caso de Florianópolis, essas substâncias são resultado da poluição do esgoto, que vão gerar o surgimento delas lá na estação de tratamento de água. E infelizmente, é uma vergonha para Santa Catarina termos índices baixíssimos de tratamento.

A Casan diz que “mantém-se em alerta e já está tomando providências para que o mesmo não ocorra novamente”, se referindo às substâncias tóxicas utilizadas para o tratamento da água, que podem causar linfomas, leucemia e câncer de fígado, em caso de ingestão. A nota da Companhia busca “tranquilizar a população sobre a qualidade da água”, mas não nega a presença e o risco desses produtos químicos. “As substâncias questionadas na reportagem possuem um aparecimento pontual e sazonal, acompanhando estiagens rigorosas e recorrentes, como as enfrentadas em Santa Catarina nos últimos 5 anos”.

Confira a nota da Casan na íntegra

A CASAN vem a público tranquilizar a população sobre a qualidade da água distribuída no estado. A equipe técnica da CASAN realiza um controle constante da água conforme os planos de monitoramento definidos pela Portaria de Potabilidade com aprovação das Vigilâncias Sanitárias municipais. Santa Catarina ocupa a 6ª posição em número de cidades por estado no Brasil, e a terceira posição em monitoramento da qualidade da qualidade no Brasil, sendo a CASAN a empresa com maior contribuição e preocupação nesse assunto no estado.

Cabe destacar que a grande maioria dos municípios no Brasil não executa a vigilância no controle de qualidade como deve ser executada em sua total amplitude e frequência, o que por sua vez deixa o banco de dados do portal do SISAGUA incompleto. Deste modo, as companhias e estados que fazem o monitoramento de maneira constante acabam identificando, o que não ocorre em outros locais, como é possível identificar no número de testes feitos em cada estado apresentado na reportagem.

A CASAN vem investindo para aperfeiçoar seu atual sistema integrado de qualidade para reduzir o tempo das ações corretivas, tomando as devidas providências nos casos pontuais de desconformidade. As substâncias questionadas na reportagem possuem um aparecimento pontual e sazonal, acompanhando estiagens rigorosas e recorrentes, como as enfrentadas em Santa Catarina nos últimos 5 anos. A Companhia mantém-se em alerta e já está tomando providências para que o mesmo não ocorra novamente.

Quando são identificados resultados com valores acima do VMP (Valor Máximo Permitido), a CASAN procura, de maneira rápida, agir com medidas a curto prazo. As primeiras são ações praticadas na rede de distribuição, como as descargas para limpeza das tubulações e troca da água presente em seu interior, por exemplo. Além disso, a equipe técnica a CASAN faz uma avaliação, verificação e investigação no local a partir dos dados obtidos alertando os setores responsáveis sobre medidas operacionais que podem mitigar os problemas, como o uso de carvão ativado no tratamento e correções nas dosagens de cloro utilizadas, por exemplo.

Faz parte da política da CASAN e de sua rotina operacional a busca constante de melhorias nos sistemas de abastecimento de água e no controle de qualidade. Um exemplo foi a alteração do coagulante na maior estação de tratamento de água da Companhia, a ETA Cubatão, com utilização do Cloreto de Polialumínio (PAC) em substituição ao sulfato de Alumínio. Além disso, a Companhia vem inovando na implementação de sistemas de automação no monitoramento operacional das Estações de tratamento de Água que permitem uma ação momentânea nas dosagens dos produtos utilizados no tratamento de maneira adequada e precisa, como é o caso do monitor de coagulante online, para controle automático do ponto de coagulação e sistemas de monitoramento operacional automatizado e on-line de cloro, turbidez, flúor, cor e pH.

A CASAN também vem desenvolvendo um programa de vigilância e segurança da água, o qual irá permitir uma avaliação dos problemas que são identificados e definir as melhores estratégias e tomadas de ações para correções em todos o estado de Santa Catarina, tornando seu trabalho ainda mais confiável e transparente. Além disso, destacamos o constante processo de melhoria de qualidade da Rede de Laboratórios da Companhia, que já conta com acreditação do INMETRO conforme requisitos da ISO 17.025/2017 na unidade de Chapecó, sendo que vem trabalhando para expandir esse reconhecimento também para as demais unidades. Dessa forma, a CASAN vem atuando para atender a legislação vigente e prestar sempre serviços de qualidade à população.

Por fim, é importante destacar que a CASAN está em alerta constante em relação as substâncias “potencialmente cancerígenas” que possam estar presentes na água seguindo com o monitoramento da água distribuída, água tratada e dos mananciais de abastecimento e em conjunto desenvolvendo novas ações e políticas para garantir a entrega de água segura aos cidadãos de Santa Catarina.

 




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