Um e-mail enviado em 10 de maio de 2022 pela Casan à construtora responsável pelas obras do reservatório do Monte Cristo, na região continental de Florianópolis, alertava sobre a preocupação com a segurança do reservatório, que na época já apresentava infiltrações. Passado um ano e quatro meses deste e-mail, na madrugada de quarta-feira (6), a estrutura se rompeu e devastou casas no entorno.
No mesmo período da troca de e-mails, os moradores já haviam acionado a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal demonstrando preocupação com o local, que foi inaugurado naquele ano. “Solicitamos apresentar as medidas corretivas a serem tomadas e o cronograma para os reparos na impermeabilização”, solicitou um engenheiro sanitarista à empresa. Na data, o reservatório foi esvaziado por precaução.
No entanto, no mesmo dia o gerente de construção da companhia enfatizou que a situação era “extremamente preocupante” e já tinha tomado “proporções enormes”.
“Precisamos da intervenção do Construtora Gomes de forma urgente para reparar os pontos identificados e realizar uma revisão geral do sistema de impermeabilização. Solicito a apresentação urgente do cronograma solicitado”, escreveu o gerente no e-mail.
Logo após, a construtora retornou afirmando que havia sido realizado um teste de estanqueidade, a fim de verificar pontos de infiltração.
Moradores estavam preocupados
Segundo informações dos moradores, já haviam relatos e imagens que indicam problemas na estrutura no mês que antecedeu a tragédia. Um vídeo feito por moradores mostra o momento que trabalhadores realizavam reparos na parede externa da estrutura.
O diretor de operação e expansão da Casan, Pedro Joel Horstmann, confirmou os trabalhos no reservatório: “no último mês havia pequenos furos e foi feita a vedação”. O diretor também disse que na ocasião a empresa não constatou danos na estrutura.