“Falsa sensação de segurança” e “informações falsas” são responsáveis pela baixa vacinação contra a pólio, diz Dive/SC

Aplicação da vacina contra a pólio em São José | Foto: PMSJ/ Divulgação

A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite se encerrou em setembro. E Santa Catarina ficou abaixo da meta do Ministério da Saúde de atingir 95% do público-alvo. No estado, o índice ficou em 80%, com cerca de 87 mil crianças entre 1 e 5 anos incompletos que não tomaram a vacina.

As grandes cidades catarinenses ajudaram a baixar esse índice. Joinville teve cobertura de 60%. Florianópolis ficou em 67%. Blumenau, 56%. Os piores índices do estado foram em Jaraguá Do Sul, com 48% de cobertura, Lages, também com 48% e São Joaquim, com apenas 29,45% do público-alvo vacinado contra a poliomielite.

Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), o fato da doença estar erradicada no país há pelo menos 30 anos provoca uma sensação de falsa segurança na população. “As gerações mais recentes não viram a doença circular, e então podem achar que ela não existe mais”, diz João Fuck, diretor-geral da Dive. “E justamente a doença não circula porque existe a vacinação”, completa.

O diretor diz que a circulação de informações falsas sobre as vacinas também diminui a adesão dos pais. “A gente precisa desmistificar, lembrar que são vacinas seguras, eficazes, aprovadas, e que estão no calendário há muito tempo. Elas justamente ajudam a prevenir a volta dessas doenças”, afirma João.

João Fuck, diretor da Dive/SC, reforça que a vacina é necessária para prevenir a volta da pólio | Foto: Alesc/Divulgação

Na contramão das grandes cidades, São José conseguiu ficar acima da meta nacional. A quarta maior cidade de Santa Catarina alcançou um índice de 95,9% de cobertura. Segundo a Vigilância em Saúde do município, as estratégias adotadas pela prefeitura, como a disponibilização das vacinas nas escolas, fizeram com que fosse possível atingir a meta.

“A gente fez o contato com a Secretaria de Educação, com os diretores de todas as escolas, e viabilizou que os pais e famílias apresentassem um termo autorizando aquela criança à vacinação contra a poliomielite”, diz Katheri Zamprogna, Diretora de Vigilância em Saúde de São José. “As equipes de saúde se organizaram no território para que em dias específicos fossem até as unidades escolares e realizassem a imunização”, afirmou a diretora.

Centros de Educação Infantil de São José disponibilizaram a gotinha contra a pólio | Foto: PMSJ/Divulgação

Nenhum estado brasileiro conseguiu atingir a meta de 95% de cobertura. No país todo, de 11 milhões e 500 mil crianças aptas, foram vacinadas menos de 7 milhões, um índice de 59%. O Ministério da Saúde cogita retomar novamente a campanha para tentar elevar os números.




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