Alergia à borracha? Entenda o que é a dermatite de contato e como lidar com ela

Alergia à borracha? Entenda o que é a dermatite de contato e como lidar com ela
Foto: Imagem Ilustrativa/Divulgação

Quem sofre com descamação, coceira e vermelhidão no corpo, principalmente nos pés, sabe o quanto é difícil conviver com isso. Popularmente conhecida como alergia à borracha, essa condição, na verdade, é a dermatite de contato, que, segundo o dermatologista Cláudio Cardoso, é uma inflamação da pele causada por substâncias do meio ambiente, muitas vezes pelo látex/borracha.

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O especialista explica que a dermatite de contato relacionada à borracha costuma estar ligada a substâncias químicas usadas na sua fabricação, como o carba-mix, mercapto-mix e tiuram-mix, que são aceleradores ou conservantes utilizados no processo de vulcanização.

“Esses compostos podem provocar, na pele, após contato prolongado, uma reação alérgica”, comenta Cláudio, acrescentando que alguns testes de contato podem ajudar a identificar exatamente qual substância da borracha está causando o problema.

Essa doença pode ser dividida em dois tipos principais: a Dermatite de Contato Irritativa Primária, que resulta do dano direto à pele pela substância em contato, e a Dermatite de Contato Alérgica, que é uma reação imunológica, mediada por células de defesa, e ocorre após o contato prévio do organismo com determinada substância.

Como ela se manifesta no corpo?

O que ocorre nesta doença é uma reação imunológica. Primeiro, na fase inicial, as células de defesa da pele capturam substâncias estranhas e as levam a outras células, que passam a reconhecê-las como “invasoras”.

“Depois, em contatos subsequentes, essas células migram para a pele e desencadeiam uma reação inflamatória, com vermelhidão, coceira, descamação e, às vezes, pequenas bolhas com líquido. Assim, instala-se um quadro que tende a piorar sem tratamento”, complementa Cláudio.

E o que fazer?

A doença não tem cura, mas algumas medidas e tratamentos podem torná-la controlável. No curto prazo, é necessário evitar o uso da sandália de borracha, aplicar corticosteróides tópicos para reduzir a inflamação, hidratar a pele para restaurar a barreira cutânea e usar anti-histamínicos orais em casos de coceira intensa.

Já a longo prazo, é preciso evitar novos contatos com a borracha, optar por calçados de materiais alternativos (como couro tratado sem cromo, etileno-acetato de vinila – EVA, tecido ou plástico hipoalergênico) e, em casos graves ou persistentes, recorrer a terapias como fototerapia (tratamento que usa radiação luminosa) ou imunomoduladores tópicos (medicações que reduzem a inflamação).

“A dermatite de contato causada por borracha é uma condição que pode impactar diretamente a qualidade de vida da pessoa, limitando o uso de calçados comuns e gerando desconforto constante. Reconhecer os sinais, buscar diagnóstico adequado e adotar estratégias de prevenção e substituição de materiais são passos essenciais”, destaca o professor.

Atualizações do mercado

Cláudio explica que o mercado está cada vez mais aberto a alternativas que substituem os calçados com borracha, tradicionais causadores da dermatite. Hoje já é possível encontrar fabricantes que desenvolvem linhas de sandálias e calçados em EVA, material bem aceito por pessoas com alergia à borracha natural ou vulcanizada.

Também existem produtos de couro sintético ou tecidos tecnológicos. Segundo ele, a demanda por itens hipoalergênicos tem aumentado, pressionando o mercado a oferecer opções mais seguras e acessíveis.




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