
Não há bibliotecas em 114,4 mil escolas brasileiras — ou o equivalente a 63% do total de 179,3 mil escolas -, segundo dados do Censo Escolar divulgados pelo Ministério da Educação em abril de 2025. Em Santa Catarina apenas 55,3% das escolas possuem biblioteca ou sala de leitura conforme o Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2024.
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Iniciativas que promovem a entrega de acervos com curadoria especializada estão prontas para serem implementadas, aguardando incentivo. Adriane Laste, idealizadora do hub de projetos Nossa Biblioteca – que já distribuiu mais de 115 mil livros para 590 bibliotecas em todas as regiões do Brasil, com o objetivo de apoiar principalmente instituições públicas – ressalta que empresas podem contribuir para o desenvolvimento das comunidades em que atuam por meio do apoio a projetos socioculturais.
“A prática da leitura pode transformar de forma significativa uma comunidade, pois fortalece o pensamento crítico, promove a inclusão social ao combater ao analfabetismo funcional, democratiza o acesso à informação e proporciona oportunidades educacionais que ajudam a romper ciclos de pobreza e exclusão social”, afirma Adriane. Ela também destaca que comunidades com acesso à educação e à tendem a apresentar menor índice de criminalidade, por oferecerem caminhos alternativos à marginalização.
O hub de projetos Nossa Biblioteca foi criado pela CLIC, empresa de projetos socioculturais com o objetivo de atenuar problemas sociais relacionados à educação, geração de renda e sustentabilidade, em conjunto com as empresas privadas e públicas.
Oferece para qualquer organização a oportunidade de remanejar verbas de impostos para investir em educação e cultura por meio da Lei Rouanet ou através de investimento social privado. Até o final de 2025, a meta do hub é alcançar 175 mil livros entregues em todas as regiões do Brasil. Entre os projetos estão: Nossa Biblioteca III, o Pró-Biblioteca III, EcoLer, Ecoler II e o Bibliotecas RS.
Para despertar o interesse pela leitura, o hub investe na curadoria dos acervos, que são elaborados com base nas características da comunidade atendida. “Muitos não leem porque não encontram o livro certo, que seja da sua área de interesse, ou devido à forma como ele é apresentado”, diz Adriane. Hoje, há diversas opções capazes de atrair diferentes perfis de leitores – como livros relacionados a filmes, jogos, séries ou ainda obras sobre histórias da arte em quadrinhos ou mangás.
No entanto, para que o projeto se concretize e chegue às pessoas, é essencial a adesão de empresas. “Se cada instituição apoiasse iniciativas nessa área, não apenas transformaria a realidade da comunidade onde atua, mas contribuiria, de forma significativa, para mudar a realidade de todo o país”, acredita Adriane.
Grandes nomes como Banco DLL, Be8, Unifertil, Gerdau, Instituto BRF, Vipal Borrachas, Calçados Beira Rio S.A., Doctor Clin, Docol, TK Elevator Brasil, Poliedro Educação, Atacadão, Alliance One Brasil e Enercan já participaram de ações que promovem a leitura em seus territórios de atuação, por meio do guarda-chuva de projetos do hub.
O Nossa Biblioteca já entregou acervos nos estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.