
O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira (12), em conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que China e Brasil podem ser exemplo de “unidade e autossuficiência” no Sul Global, em um contexto de disputas comerciais e geopolíticas.
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O diálogo ocorreu poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar nova prorrogação de 90 dias da trégua tarifária com Pequim. Na semana passada, Lula já havia sinalizado a intenção de dialogar com líderes da Índia e da China para buscar uma resposta coordenada às tarifas impostas pelos EUA.
De acordo com a agência estatal chinesa Xinhua, Xi afirmou que as relações bilaterais estão “no melhor momento da história” e que trabalhará com o Brasil para “construir um mundo mais justo e um planeta mais sustentável”. Ele também defendeu a oposição firme ao “unilateralismo e ao protecionismo”, em referência indireta às medidas tarifárias americanas.

Segundo nota do Palácio do Planalto, a ligação durou cerca de uma hora e abordou temas como a guerra na Ucrânia, mudanças climáticas e a defesa do multilateralismo por meio do G20 e do BRICS. Os dois presidentes se comprometeram a ampliar a cooperação em áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e principal destino das exportações brasileiras de soja. O país asiático tem buscado ampliar sua influência na América Latina, enquanto Trump pressiona para alterar a forma como Pequim adquire o grão, sugerindo, inclusive, que aumente compras dos EUA.
Lula visitou a China em maio deste ano e afirmou que a América Latina não pretende “iniciar uma nova Guerra Fria”.