A partir do dia 18 de agosto, a administração da Ilha do Campeche, um dos principais cartões-postais de Florianópolis, passará oficialmente para a responsabilidade da Prefeitura Municipal. A mudança ocorre após um acordo firmado em conciliação mediada pela Justiça Federal, transferindo a gestão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para o município.
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O novo arranjo é resultado de uma Ação Civil Pública movida em 2022 pelo MPF (Ministério Público Federal), que visava garantir a proteção ambiental e arqueológica da ilha. A iniciativa da transferência partiu da própria prefeitura e, com a oficialização, a Ilha do Campeche será reconhecida como uma unidade de conservação sob gestão municipal — mantendo, no entanto, diretrizes federais de preservação ambiental e patrimonial.
Tombada desde 2000 como patrimônio arqueológico, etnográfico e paisagístico brasileiro, a Ilha do Campeche tem enfrentado desafios relacionados à superlotação durante a alta temporada. O verão passado foi marcado por flagras de excesso de visitantes, o que acendeu alertas sobre a capacidade de carga do local.
Com a mudança, a Prefeitura promete reforçar o controle de acesso e os critérios de transporte até a ilha. “A gente vai ter poder de polícia agora para dizer: ‘Isso que você está fazendo não pode’”, afirmou o secretário municipal do Meio Ambiente, Alexandre Waltrick Rates, que detalhou os próximos passos da nova gestão.
Segundo Rates, o município vai se inspirar em modelos consagrados de gestão ambiental no país. “Como equipamento público, o Parque Nacional de Foz do Iguaçu é uma referência. Mas Fernando de Noronha também é um exemplo clássico. Vamos construir um modelo que não vai fugir muito disso”, disse.
Após a formalização da transferência, está prevista para setembro uma reunião que dará início à elaboração do plano de manejo da ilha — documento essencial para orientar ações de conservação e uso público da área. A expectativa é que o plano esteja concluído até o final de 2025 ou início de 2026. Ainda assim, o secretário adianta que medidas práticas já deverão ser implementadas na próxima temporada de verão.
“Para a temporada 2025/2026, já vamos entregar ao prefeito uma linha de ação, mesmo sem o plano de manejo finalizado”, destacou Rates.
Com a nova administração, a expectativa é de que a Ilha do Campeche entre em uma nova fase de preservação e uso sustentável, conciliando turismo com conservação do patrimônio natural e arqueológico.
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