
O ídolo Wilson Rodrigues de Moura Junior, ou simplesmente Wilson, ex-goleiro alvinegro, que tantas alegrias deu ao torcedor, finalmente confirmou sua saída do cargo de gerente executivo de futebol, que exercia desde a saída de Marco Aurélio Cunha. Assim que encerrou a carreira profissional, iniciou uma nova no clube como dirigente. Carreira que ganha agora uma pausa e os motivos de sua saída foram esclarecidos em entrevista na terça-feira (6), no Restaurante La Cave, no Centro de Floripa.
A decisão já havia sido tomada na semana anterior, embora o clube só tenha confirmado a informação na terça. Com honestidade, Wilson reafirmou que sua saída não foi motivada pela chegada do técnico Pintado, esclarecendo que a decisão já estava tomada antes disso. Durante a entrevista, Wilson apontou dificuldades no relacionamento com a SAF.
O ex-dirigente revelou que sua autonomia foi desrespeitada em momentos chave e lamentou o desmonte de um processo de profissionalização iniciado com Marco Aurélio Cunha e, depois, seguido por Enrico Ambrogini. A demissão de Enrico e do técnico Thiago Carvalho, sem que as decisões previamente acordadas fossem consideradas, foi um dos pontos que mais pesaram na escolha pela saída.
Mesmo em meio às turbulências internas, Wilson destacou a qualidade e o comprometimento do elenco atual, formado sob sua gestão. Segundo ele, o grupo de jogadores tem potencial para reagir dentro da Série C, desde que a gestão saiba manter um ambiente equilibrado e próximo do torcedor. Reforçou a importância da transparência da SAF e do diálogo contínuo com a torcida, essencial para restaurar a confiança e criar uma atmosfera de estabilidade.

A despedida de Wilson também evidenciou o quanto o clube perde com sua saída. Profissional preparado, com credibilidade junto ao elenco e à torcida, deixa uma lacuna significativa em um momento crítico da temporada. O Figueirense, atualmente na lanterna da Série C, precisará encontrar alguém com o mesmo nível de comprometimento e liderança para tentar reverter a situação.
Por fim, Wilson afirmou que sua decisão foi pensada para evitar maiores prejuízos ao clube. Preferiu sair agora, no início de uma nova fase imposta pela SAF, do que continuar em um ambiente onde sua presença poderia gerar dúvidas ou atritos. A saída do ídolo, mais uma vez, foi feita com dignidade e lealdade ao Figueirense — um gesto coerente com sua trajetória dentro e fora de campo.