
O técnico Jair Ventura foi o convidado especial do programa Debate da Pan, da Jovem Pan News Florianópolis, nesta Sexta-feira Santa (18). Ao lado de seu auxiliar técnico Emílio Faro, o comandante do Avaí falou com entusiasmo sobre o desafio de levar o clube de volta à Série A, destacando o bom ambiente encontrado e a confiança em um trabalho baseado em diálogo, clareza e muito suor.
Filho do lendário Jairzinho, o “Furacão da Copa de 70”, Jair cresceu dentro do futebol e, mesmo sem sucesso como jogador profissional, construiu sua trajetória fora das quatro linhas. Hoje, aos 46 anos e comandando o nono clube da carreira, ele se define como um “operário da bola”, alguém que soube unir vivência prática, estudo e sensibilidade para liderar um grupo de atletas.
Durante a entrevista, Jair ressaltou a união entre diretoria e comissão técnica como um ponto forte. “O presidente está sempre presente, não tem telefone sem fio. Isso fortalece muito o trabalho”, disse. Sobre o elenco, ele foi claro: ainda há espaço para reforços. “O grupo é bom, mas estamos abertos. Não está fechado”, afirmou. Também comentou situações contratuais de atletas como Vagner Love e Judson, além de nomes liberados para procurar novos clubes, como Ronaldo Henrique, Natanael e João Paulo.

A relação com os jogadores é uma das marcas do treinador. Jair preza pelo trato humano e pela clareza na comunicação. “Os atletas querem informação, mas temos que cuidar também da pessoa. Gosto de fazer anamnese. Sei como eles pensam, vivi isso. Não conto história, falo a verdade, olho no olho”, afirmou. Ele usou o atacante Cléber, autor do gol da vitória contra o Operário, como exemplo da importância do grupo todo: “Muitas vezes quem sai do banco entra para fazer história”.
Sobre tática, Jair demonstrou flexibilidade. Afirmou que a base está clara, mas o esquema pode variar, inclusive com a possibilidade de usar três zagueiros. Elogiou nomes como Marcos Vinícius e Pedrão, que têm evoluído nos treinos, e reforçou a importância de uma preleção objetiva, para que a ideia de jogo seja assimilada com clareza.
Encantado com Florianópolis, o técnico azurra se mostrou grato pela acolhida e motivado com o projeto. “Já rodei o Brasil, mas a beleza daqui é imensa. Estou otimista. Aceitei esse desafio sabendo da dificuldade. Cada jogo é uma final de Copa do Mundo. Vamos deixar o nosso máximo dentro de campo para recolocar o Avaí na elite”, finalizou.