Dia Mundial de Combate ao Câncer destaca avanços no tratamento e reforça a importância da prevenção

Dia Mundial de Combate ao Câncer destaca avanços no tratamento e reforça a importância da prevenção
Foto: Imagem Ilustrativa/Divulgação

O Dia Mundial de Combate ao Câncer é um momento importante para reforçar a necessidade de informação, prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos de qualidade. Celebrada em 8 de abril, a data lembra que o câncer ainda é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil e no mundo.

Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), o país pode registrar cerca de 704 mil novos casos da doença entre 2023 e 2025. O tipo mais comum entre as mulheres é o câncer de mama, com previsão de mais de 73 mil casos.

Entre os homens, o câncer de próstata lidera, com cerca de 71 mil diagnósticos esperados. O câncer de cólon e reto aparece como o terceiro mais frequente em ambos os sexos, seguido pelo câncer de colo do útero nas mulheres e pelo câncer de pulmão entre os homens.

Para o médico oncologista e professor do Idomed (Instituto de Educação Médica), Luís Stoeberl, o combate ao câncer vai além da medicina. “A luta contra o câncer também é social. É preciso informar, promover a prevenção, estimular exames regulares e garantir o acesso a tratamentos modernos. Esses são pilares essenciais para mudar esse cenário”, afirma.

Uma forma eficaz de prevenção do câncer de colo de útero, por exemplo, é a vacinação contra o HPV. A vacina é oferecida gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e protege contra os principais tipos oncogênicos do vírus, especialmente os tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos. “Em países como a Austrália, onde a vacinação foi adotada em larga escala, já se fala até na possibilidade de erradicar esse tipo de câncer como problema de saúde pública. O Brasil precisa seguir esse caminho, ampliando as campanhas e facilitando o acesso à vacina”, reforça Stoeberl.

Nos últimos anos, o Brasil tem avançado no tratamento do câncer com a incorporação de novas tecnologias no SUS. Entre 2023 e 2024, 67 novas tecnologias foram integradas, sendo 16 voltadas ao tratamento oncológico. Um dos destaques é o primeiro PCDT (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas) exclusivo para o câncer de mama, que passou a incluir medicamentos mais modernos, como os inibidores de CDK 4/6 e o trastuzumabe entansina. Esses tratamentos ajudam a reduzir a mortalidade e melhoram a qualidade de vida das pacientes.

“Estamos falando de terapias que possibilitam cirurgias menos invasivas, preservando a autoestima e oferecendo uma recuperação mais digna. Além disso, causam menos efeitos colaterais que a quimioterapia tradicional”, explica o médico.

A evolução no tratamento também se deve às terapias-alvo e à imunoterapia, que têm transformado a abordagem de tumores mais agressivos ou em estágios avançados. Resultados apresentados em 2024 no ESMO (Congresso da Sociedade Europeia de Medicina Oncológica) mostraram que essas estratégias têm aumentado significativamente a resposta em casos de câncer de melanoma, pulmão, rim e cólon.

“O câncer não é mais, necessariamente, uma sentença. As novas terapias trazem esperança real para os pacientes e suas famílias, aumentando as chances de controle da doença mesmo nos casos mais difíceis”, conclui Stoeberl.




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