Um agente da Polícia Militar foi preso por matar um cliente em boate de Florianópolis na terça-feira (8). O caso aconteceu em uma casa noturna na Avenida Mauro Ramos, no Centro da Capital. O policial estava à paisana e de folga no momento do incidente.
O cliente morreu após confusão na boate Sex Night e imagens de câmeras de segurança do local mostram que ele foi sequencialmente pisoteado após ser baleado.
Pisoteado após ser baleado
Nas imagens, é possível ver quatro amigos indo até o balcão para contestar os valores que estão na comanda, que era de R$ 1801,80. Em meio à discussão, um segurança chega ao lado e tenta conversar com eles.
Em um momento, um deles fala algo ao segurança, que responde com uma cotovelada. A partir desse momento, inicia-se uma briga generalizada.
Um dos amigos que estava sentado, identificado como Thiago Kich de Melo, levanta-se e parte para cima do segurança. Um policial militar que estava à paisana chega junto com outros homens para auxiliar o segurança na briga.
No meio da confusão, Thiago perde a camisa. Enquanto desferia socos em um homem, o policial puxa Thiago e, em seguida, saca uma arma de fogo e dispara em direção à vítima, que cai desorientada no chão.
Thiago fica caído na porta da boate, e então é sequencialmente pisoteado após ser baleado. O autor dos golpes é o próprio segurança. Os demais envolvidos na briga se afastam após ouvir o tiro e perceberem as marcas de sangue no chão. O policial fica encostado em uma parede, vendo a ação.
Após pisotear Thiago, o segurança ainda tenta agredir um homem que estava sentado em uma cadeira, mas é parado por um outro homem que entrou na cena após o tiro.
Mesmo pisoteado após ser baleado, Thiago não foi socorrido por ninguém da boate e já estava sem vida quando os paramédicos chegaram.
Policial fazia segurança privada no local, segundo investigação
De acordo com a Polícia Civil, após interrogatório do PM à paisana, ele estaria dentro da boate fazendo segurança privada armada, com uma arma de fogo de sua propriedade.
A prática é ilegal, visto que policiais militares são servidores públicos concursados e o Estatuto dos Policiais Militares do Estado proíbe agentes da ativa a trabalharem em organizações e empresas privadas.
Tanto o policial quanto o segurança foram presos em flagrante por homicídio. O PM foi levado em custódia ao 4º Batalhão de Polícia Militar, enquanto o segurança foi conduzido ao presídio da Capital.
Em nota, a Corregedoria-Geral da Polícia Militar de SC informou que foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias que envolveram a presença do PM no local e identificar a possível incidência de crimes militares conexos.