Quando se pensa em Carianos, são comuns as imagens do jogo de dominó à sombra das árvores, do movimento de estudantes jogando bola na quadra, de crianças em área de lazer, de ruas silenciosas.
Afinal, é um bairro predominantemente residencial, com diversos condomínios horizontais e loteamentos cortados por uma avenida repleta de estabelecimentos comerciais, que termina no portão da Base Aérea de Florianópolis. Portanto, só tem uma entrada e uma saída, o que o torna um bairro conhecido pela tranquilidade e segurança.
Só que por quase 70 anos, a imagem mais associada ao Carianos era a de “bairro do Aeroporto”, isso porque, em 1955 foi construída ali a primeira pista de pouso para aeronaves da Capital catarinense com um pequeno terminal de passageiros. Em 1976, esse terminal foi ampliado e uma segunda pista foi construída, marcando a inauguração do Aeroporto Hercílio Luz.
Toda a dinâmica do bairro se alterou, com o fluxo cada vez maior de trânsito impulsionado pela popularização das viagens aéreas.
“No fim, isso trazia um transtorno ao trânsito, tanto que, a saída do aeroporto trouxe uma sensação de morte ao bairro”, conta Vilma Maria dos Anjos, moradora que nasceu no Carianos e foi por muito tempo beneficiada por esse alto fluxo de pessoas, já que tinha um salão de beleza na avenida Diomício de Freitas.
“Eu recebia muitas clientes que iam ao aeroporto e, às vezes, iam cuidar de si enquanto aguardavam voos atrasados”, recorda.
Mas se por um lado a saída do aeroporto fez a avenida perder diversos comércios vinculados ao terminal, como estacionamentos e locadoras de veículo, por outro fez o bairro ganhar de volta aquilo que já era marca muito antes da Base Aérea chegar lá: a tranquilidade.
A mesma que faz dona Maria Gomes da Rosa, 91 anos de idade e há 76 anos no Carianos, querer continuar lá até seus últimos dias.
“Aqui, graças a Deus, não aparece ladrão. É um bairro sossegado e hoje tem supermercado, farmácia, feira, tudo o que precisa. É muito tranquilo”, conta a senhora mais conhecida entre os vizinhos como dona Liró.
Ela se mudou para o bairro aos 15 anos quando se casou e veio morar com o marido, dono de um dos poucos mais de 15 sítios que haviam na região. Nessa época, os moradores criavam animais e plantavam alimento para subsistência, em especial a mandioca, que passava pelo engenho para se tornar farinha, o principal produto da economia local.
“Era uma terra boa para se plantar”, lembra dona Liró. A chegada da Base Aérea em 1923 provocou uma das primeiras transformações na paisagem local. Aquelas fazendas com bois, cavalos e algumas famílias, passaram a ser sobrevoadas por hidroaviões.
Tranquilidade e segurança
Mas o maior legado que a Base Aérea trouxe para o Carianos foi a segurança, por fazer com que o bairro não sirva de passagem e tenha de sua guarita o ponto final da avenida Diomício de Freitas. “Nunca soube de uma ocorrência sequer, de uma bola roubada. Nunca vi um morador de rua. É muito tranquilo”, conta o corretor de imóveis Carlos Nicolau Rubik, que ajudou a trazer para o bairro muitos novos moradores com seu trabalho junto aos primeiros loteamentos legalizados da região.
“Mesmo sendo ao lado da pista do aeroporto, o Carianos está fora de sua zona de ruído. Isso reforça ainda mais o seu perfil de bairro tranquilo, o que é um dos principais atrativos para quem busca morar aqui”, diz Rubik.
O silêncio, a tranquilidade e a segurança são as principais marcas desse bairro que tem a mesma porta para entrar ou para sair. Ao mesmo tempo, uma porta acessível, a apenas 15 minutos do Centro.
É por isso que o Carianos tem se tornado cada vez mais uma opção para quem busca unir a tranquilidade de um bairro residencial a um acesso fácil a diversos outros lugares, do Centro ao Sul da Ilha, e ao novo aeroporto, que continua muito perto, a apenas cinco minutos de carro.